Sindicato da Hotelaria denuncia “degradação laboral e social” no setor do Turismo

Entre as medidas apontadas pelo sindicato está o aumento geral dos salários em 10%

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O Sindicato da Hotelaria do Algarve levou a cabo, no dia 14, uma ação em Faro que teve como objetivo “denunciar publicamente a contínua degradação laboral e social que se verifica no setor do Turismo”.

 Para além disso, a iniciativa sindical teve como ambição “dar a conhecer às várias entidades, direta ou indiretamente relacionadas com o setor, as medidas que urge tomar para responder aos problemas que os trabalhadores estão a sentir, que por sua vez, no entendimento do Sindicato, são medidas indispensáveis para atrair e fixar os trabalhadores no setor”, pode ler-se em comunicado enviado às redações.

Além da distribuição de um comunicado à população que denuncia a degradação laboral e social no setor e apela à solidariedade com a luta dos trabalhadores, a delegação sindical entregou uma carta reivindicativa na Região de Turismo do Algarve, Delegação Regional do Algarve do Instituto do Emprego e Formação Profissional, Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve e na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve “que contém as medidas que o Sindicato considera urgentes, possíveis e indispensáveis para responder aos problemas dos trabalhadores e para atrair e fixar os trabalhadores”.

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O sindicato denuncia que “o bloqueio patronal da negociação coletiva no setor e o aumento do custo de vida está a empurrar os trabalhadores para a pobreza e a aumentar as desigualdades sociais (…) Embora o setor tenha registado um forte crescimento nos últimos anos, o poder de compra dos trabalhadores continua a diminuir, os horários de trabalho estão cada vez mais desregulados e a precariedade alastra-se”, prossegue o documento.

“Esta situação, que está a fazer aumentar o descontentamento e poderá levar a um aumento da conflitualidade social, está a afastar os trabalhadores do setor e a colocar em causa a qualidade do serviço prestado ao cliente”, alertam. Por isso, entendem, “é urgente diminuir a desigualdade na distribuição da riqueza e aumentar o poder de compra dos trabalhadores através do aumento geral dos salários e restantes componentes remuneratórias. Por outro lado, é necessário melhorar as condições de trabalho e a conciliação da atividade profissional com a vida pessoal e familiar, para garantir a fixação dos trabalhadores e a consequente melhoria da qualidade do serviço”, reivindicam.

Entre as medidas apontadas pelo sindicato está à cabeça a necessidade “de um aumento geral dos salários de 10%, com um mínimo de 100 euros; a fixação do vencimento base mínimo em 850 euros a partir de 1 de Janeiro de 2023; o combate aos vínculos precários; a garantia do transporte; o pagamento dos feriados com mais 200%; a regulação e diminuição dos horários de trabalho para as 35 horas semanais; a atribuição de 25 dias úteis de férias sem condicionalismos; a garantia de dois dias de folga seguidos com um fim de semana por mês em acréscimo; a valorização do trabalho prestado aos fins de semana por turnos e em horários repartidos com mais 25%; a valorização da antiguidade através do pagamento de até cinco diuturnidades de 25 euros cada, a vencer a cada três anos; a progressão na carreira de forma automática a cada três anos; a atribuição da alimentação em espécie em quantidade e qualidade; a dispensa remunerada no dia de aniversário dos trabalhadores; garantia do alojamento aos trabalhadores deslocados nacionais e estrangeiros; o fornecimento, tratamento e limpeza do fardamento de todos os trabalhadores, entre outras”, enumera a nota.

Além das entidades referidas, a carta reivindicativa foi também enviada à Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, Associação da Hotelaria de Portugal, Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Assembleia da República e à Presidência da República.

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