Startups algarvias marcam presença no WEB SUMMIT

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A associação Algarve Tech Hub, levou uma delegação de 12 empresas e startups algarvias, ao Web Summit, o maior evento de tecnologia e inovação do mundo, que decorreu na passada semana em Lisboa.

Durante 4 dias, o mundo da inovação concentrou-se na capital portuguesa para discutir os avanços e possibilidades da integração de recursos digitais com negócios dos mais variados segmentos e o Algarve também se fez representar.

A comitiva contou com vários membros daquela associação, entre eles as empresas Algardata, Dengun, GrowIn Portugal e Visualforma.

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As 12 empresas e startups, 5 das quais ainda numa fase inicial de desenvolvimento, aproveitaram a participação para mostrar o que de melhor e mais inovador se faz na região, no domínio da tecnologia.

Dos projetos que integraram a delegação algarvia, destacam-se a Sense&Assist, startup da Dengun, que oferece uma solução de tele-medicina e tele-assistência para dispositivos móveis; a Airdesk, uma spinoff (subproduto da empresa mãe) da Algardata que promete diminuir custos, otimizar e agilizar a gestão de projetos e negócios através de uma plataforma de colaboração; e a startup I-kloset.com, uma solução tecnológica na área dos NFT (tokens não fungíveis) que pretende oferecer uma espécie de Walking Closet para ativos digitais na blockchain.

Miguel Fernandes no Web Summit em representação da startup Sense & Assist

Os responsáveis fazem um balanço extremamente positivo das suas participações no evento, considerando que há um aproveitamento crescente de ano para ano.

Em declarações ao JA, Juan Correia, CSO (Chief Strategy Officer) da Algardata afirma-se otimista em relação ao trabalho desenvolvido no Web Summit e convicto que “daí poderão resultar novos investimentos na região”. Na edição anterior do congresso, a Algardata já tinha alcançado resultados satisfatórios, tendo, então, celebrado um contrato de distribuição para a aplicação UnykTV, integralmente desenvolvida por aquela empresa de Loulé.

Miguel Fernandes, presidente da Algarve Evolution, uma associação sem fins lucrativos que reúne empresas do setor tecnológico, sublinhou que parte do segredo para uma participação frutífera neste congresso, são as diversas atividades de networking (rede de contactos) que se desenvolvem à margem do evento e que muitas vezes resultam em oportunidades de negócio.

Refere, também, que numa área tão competitiva é extremamente difícil a uma startup ser selecionada para apresentar um pitch a investidores naquela que é a maior conferência de tecnologia do mundo. Percebendo as dinâmicas do evento, a Algarve Tech Hub organizou e promoveu um “Side Event” (evento organizado à margem da conferência) com 40 entidades, nacionais e estrangeiras, para promover as startups e projetos que integraram a delegação algarvia, permitindo-lhes ampliar e promover a rede de contactos.

Um ecossistema em expansão

A Algarve Tech Hub, surgiu da visão conjunta de empresas tecnológicas, startups, autoridades locais, governo central e universidades para desenvolver um ecossistema vigoroso na área das novas tecnologias, capaz de atrair para a região stakeholders internacionais, talento tecnológico, investidores e nómadas digitais.

Nos últimos 5 anos, o Algarve tem conseguido consolidar este ecossistema de inovação tendo sido nomeado, em 2019, um dos quatro Digital Innovation Hubs (DIHs) reconhecidos em Portugal, 2 sediados no Porto, 1 em Lisboa e 1 no Algarve. O reconhecimento, que surgiu através de uma candidatura da Algarve Systems and Technology Partnership (ASTP), posiciona a região no programa “Digital Single Market Package”, lançado pela União Europeia, em 2016, para estimular investimentos na área da digitalização da economia e para criar condições favoráveis para uma revolução digital.

“Há um enorme potencial económico com rápido retorno financeiro, oportunidade que deve ser reconhecida pelas entidades regionais, para que possa ser aproveitada. Em Portugal, já temos cinco ‘unicórnios’ (empresas que conseguem valer mil milhões de dólares). Quando nos comparamos com países como a Alemanha ou a França, temos duas vezes e meia mais unicórnios por número de habitantes, com um décimo do investimento”

Juan Correi – CSO Algardata


A criação do polo tecnológico na Universidade do Algarve, que estará concluído ainda este ano, é outra conquista importante e um dos eixos fundamentais para desenvolver este setor na medida em que permite colocar o Algarve no radar como grande centro de inovação tecnológica.

Juan Correia, também diretor da Associação Nacional de Jovens Empresários para o Algarve (ANJE) e vogal da Algarve Tech HUB, salienta a importância deste ecossistema de inovação para “falar a uma só voz no setor” e reforçar junto das entidades regionais a necessidade estratégica de encarar esta área como uma aposta de futuro para o crescimento e desenvolvimento da região. “Há um enorme potencial económico com rápido retorno financeiro, oportunidade que deve ser reconhecida pelas entidades regionais, para que possa ser aproveitada. Em Portugal, já temos cinco ‘unicórnios’ (empresas que conseguem valer mil milhões de dólares). Quando nos comparamos com países como a Alemanha ou a França, temos duas vezes e meia mais unicórnios por número de habitantes, com um décimo do investimento”, sublinha o CSO da Algardata.

Marca Algarve deve ser aposta para o futuro

Miguel Fernandes acrescenta, em declarações ao JA, que a Algarve Tech Hub conta, desde a sua formação, com o apoio de entidades e parceiros institucionais mas que estes são ainda insuficientes. “A aposta neste setor é uma oportunidade única para a região combater a dependência do turismo e acelerar o desenvolvimento económico. Para isso são necessárias mais e melhores políticas regionais que, dinamizem o nosso ecossistema tecnológico e que viabilizem participações em eventos internacionais, como o Web Summit, com uma estrutura organizada e uma presença forte da marca Algarve”, concluiu.

“A aposta neste setor é uma oportunidade única para a região combater a dependência do turismo e acelerar o desenvolvimento económico”

Miguel Fernandes, Presidente da Algarve Evolution


Tendo como principal desafio, desenvolver uma visão estratégica para o setor, a Algarve Tech Hub, espera concretizar um dos seus principais objetivos, já na próxima edição daquele congresso, em 2022, marcando a sua presença, pela primeira vez, com um stand institucional que promova a região como HUB de inovação aberto ao mundo.

Juan Correia partilha a mesma visão e acrescenta, “temos que apostar na visibilidade da marca Algarve em eventos desta natureza e promover as características ímpares da região como melhor destino tecnológico do mundo. O baixo custo de vida, o clima ameno, a mão de obra qualificada, o talento tecnológico são apenas alguns exemplos disso”, afirma.

Jantar convívio da comissão do Algarve Tech Hub presente no Web Summit 2021


Com bilhetes a superar as várias centenas de euros, os encargos resultantes de uma participação no evento representam um enorme esforço financeiro, principalmente para as startups ainda em fase de desenvolvimento. “Nesse sentido, esperamos continuar a negociar com a organização do Web Summit “valores mais competitivos para a participação da nossa delegação nas próximas edições”, acrescentou.

Até à data, e com participações consecutivas desde que o congresso, fundado por Paddy Cosgrave, chegou a Portugal, em 2016, a Algarve Tech Hub tem reunido empresas algarvias (VCs, VBs, hubs de inovação, scale up hubs e empresas de tecnologia, entre outras), proporcionando-lhes mentoría, condições de expansão e oportunidades de conexão com investidores que possam levar a oportunidades de negócios.

O evento reuniu este ano mais de 42 mil participantes, oriundos de 128 países e 748 palestrantes. Pela primeira vez, mais de metade, 50,5%, eram mulheres.

Marta Reis

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