A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve organizou esta quarta-feira, dia 29, em parceria com o município de Lagoa, a 1.ª Mostra de Projetos de Inovação Social na promoção do sucesso educativo. Atualmente, a região contabiliza 35 projetos de Inovação Social aprovados, no valor de 9,4 milhões de euros.
De acordo com Filipe Almeida, presidente da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social (EMPIS), a nível nacional existem já 644 projetos âmbito da Inovação Social, dos quais 35 se estão a desenvolver em território algarvio com o apoio e todas as 16 autarquias.
“Loulé, Olhão, Albufeira, Castro Marim e Lagos” são os municípios que mais investem neste segmento, revelou enquanto falava na 1.ª Mostra de Projetos de Inovação Social, que teve lugar no Convento de São José, em Lagoa.
O presidente da EMPIS recordou que a taxa de desistência no final do ensino básico é de 6% na região, enquanto a média nacional está nos 4.3%. A nível regional, as diferenças entre concelhos também são notórias, exemplificando o caso de Monchique, onde a taxa de desistência é de 15%, e Lagoa, onde a percentagem é de 5%.
Em Lagos, foram apresentados 10 projetos: Milage Aprender+ -aprender a aprender; Teach for Portugal: De onde uma criança vem, não pode ditar para onde vai; Coopera: Um projeto pedagógico transformador; Apps for good: Promoção da Literacia Digital; Tree Tree2 – After School: Promoção da Literacia científica; Cantinho do estudo – Estudar em casa; Ajo – Apoiar o estudo; Fundação Cidade de Lisboa, Academia CV; À Barca, À Barca, Levar a arte à escola; e MyMentor, Orientar para o novo mercado de trabalho.
A nível regional, criada pela Universidade do Algarve, o projeto Milage Aprender+ é 100% made in Algarve. A app MILAGE Aprender+ para dispositivos móveis, permite aos alunos acederem a conteúdos pedagógicos, dentro e fora da sala de aula. Trata-se de uma ferramenta de apoio aos alunos na resolução autónoma de fichas de exercícios e de apoio ao professor na gestão do seu tempo na sala de aula, na medida em que este não tem de resolver na sala de aula os exercícios que constam nas fichas integradas na app.
Por sua vez, a Tree Tree2 – After School é uma associação sem fins lucrativos com a missão de despertar e desenvolver talentos nas áreas da Ciência, Engenharia e Matemática (CTEM).
“Acreditamos que há inúmeras crianças e jovens com talento e curiosidade pela CTEM. No entanto, ao contrário do que acontece para a Música e para o Desporto, ainda não existem atividades com frequência e intensidade necessárias para que estas crianças e jovens desenvolvam o seu potencial para a CTEM. É por isso que a Tree Tree2 existe”, explicou à plateia Pedro Marcelino, algarvio e um dos fundadores do projeto.
A abertura da sessão ficou a cargo de Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, José Apolinário, presidente da CCDR Algarve e da Comissão Diretiva do Programa Regional do Algarve – CRESC ALGARVE 2020, e Filipe Almeida, presidente da EMPIS.
Relativamente à Educação, José Apolinário disse que as verbas do programa Portugal 2030 vão ao encontro do objetivo de reduzir a taxa de abandono precoce na região, que atualmente se cifra a 19%, para 5% até ao final de 2029.
Lagoa, antes de ser “a nível nacional, o 36.º município em termos de financiamento de projetos de inovação social”, como avançou Filipe Almeida, vivia “há cinco ou seis anos problemas graves de abandono escolar precoce”, recordou o autarca local.
Hoje, a realidade é outra e, graças ao “trabalho de equipa, dizemos com orgulho que hoje, o problema que o presidente da Câmara tem é o contrário: a diretora do Agrupamento de Escolas diz que já não temos mais salas, já não cabem mais alunos”, enalteceu Luís Encarnação.
A iniciativa teve como objetivo promover uma reflexão sobre o contributo da Inovação Social para o sucesso educativo na região do Algarve.
