Suspeito culpa irmão pelo ataque de Boston

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Dzhokhar Tsarnaev, que pode enfrentar a pena de morte, disse que o seu irmão queria defender o islão contra ataques.

O suspeito do duplo atentado à bomba na maratona de Boston, Dzhokhar Tsarnaev, disse aos investigadores que o ataque foi liderado pelo irmão e que não houve grupos terroristas internacionais envolvidos, noticiou a CNN.

A estação noticiosa citou uma fonte governamental norte-americana anónima, que disse que “os interrogatórios preliminares a Tsarnaev indicam que os dois irmãos encaixam na classificação de ‘jihadistas’ auto radicalizados”, isto é, os homens terão atuado sozinhos, sem ajuda.

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Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, foi detido e hospitalizado em estado grave na sexta-feira à noite, depois de 24 horas de buscas intensivas.

“Dzhokhar Tsarnaev disse que o seu irmão (Tamerlan, de 26 anos) – morto num tiroteio com a polícia na madrugada de quinta para sexta-feira – queria defender o islão contra ataque”, disse a fonte, citada pela CNN, que acrescentou que os inquéritos são preliminares, e que a informação ainda precisa de ser verificada e seguida pelos investigadores.

Pena de morte

O jovem Dzhokhar Tsarnaev pode enfrentar a pena de morte depois de ter sido acusado na segunda-feira pelo alegado envolvimento nos ataques que causaram a morte de três pessoas e feriram cerca de 200 na maratona de Boston, no dia 15 de abril.

O suspeito do duplo atentado à bomba de Boston foi acusado de usar uma arma de destruição em massa, anunciou na segunda-feira o Departamento de Justiça norte-americano.

Segundo uma declaração da justiça norte-americana, Dzokhar Tsarnaev também foi acusado de um crime de destruição de propriedade com uso de explosivos e foi formalmente acusado no hospital onde continua internado.

As acusações da justiça federal “autorizam uma pena, caso haja condenação, de morte ou prisão perpétua”, acrescentou o Departamento de Justiça na sua declaração.

Dzhokhar comunicou com movimentos com a cabeça na audiência judicial

O “The New York Times” publicou ontem no seu site a transcrição da audiência judicial de Dzhokhar Tsarnaev, na qual o presumível coautor dos atentados de Boston comunica a maior parte das vezes com movimentos com a cabeça.

Dzhokhar Tsarnaev, na sua cama de hospital no Beth Israel Deaconess Medical Center, apenas respondeu uma única vez “não” quando foi questionado se podia pagar um advogado, e a sua voz pareceu ser muito fraca porque a juíza federal Marianne Bowler pediu que constasse no documento que “creio que o acusado disse ‘Não'”.

A transcrição, realizada por um funcionário judicial, indica que a comparecência teve lugar na segunda-feira, e foi presenciada por um médico (o doutor Odom), que perguntou ao acusado se se sentia capaz de responder a algumas perguntas, ao que Tsarnaev “assentiu afirmativamente”, segundo o documento. Também esteve presente o advogado de defesa William Fick, que indicou ter podido falar “muito brevemente” de forma prévia com o acusado.

A juíza leu as acusações de que Tsarnaev está acusado, e que incluem o “uso de armas de destruição massiva” e ações que levaram à morte. Em caso de ser declarado culpado, estes crimes têm uma sentença máxima de pena perpétua ou morte, segundo indicou o procurador federal adjunto William Weinreb. Tsarnaev também assentiu afirmativamente quando a juíza federal lhe perguntou se está ciente de que estava com o seu advogado.

De seguida, Bowler leu-lhe os direitos constitucionais (basicamente, o direito a permanecer em silêncio e a um advogado), e o acusado voltou a anuir afirmativamente quando lhe perguntaram se os tinha entendido.

Depois, Tsarnaev respondeu verbalmente de forma negativa, ainda que com aparente dificuldade, à questão de se pode pagar a um advogado, pelo que a magistrada comunicou-lhe que nomearam Fick como defensor.

O advogado indicou que aceita que Tsarnaev continue detido sem fiança, ainda que sem prejuízo de possíveis moções futuras nesse sentido.

O procurador Weinreb pediu a prisão sem fiança já que o indivíduo está acusado de crimes graves que podem implicar uma condenação a prisão perpétua ou pena de morte.

No final da primeira audiência, a juíza constatou que “o acusado está alerta, mentalmente competente e lúcido. Está ao corrente da natureza dos procedimentos”. Todas as partes acordaram que a próxima audiência tenha lugar no próximo 30 de maio, segundo o documento divulgado pelo “The New York Times”.

Mariana Cabral (Rede Expresso)
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