Transporte aéreo com quebra de 57,4% em 2021 face a 2019

O setor dos transportes foi um dos que mais sentiu os efeitos negativos da pandemia

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O transporte aéreo mantinha em 2021 a maior quebra de passageiros face ao ano pré-pandémico de 2019, de 57,4%, seguido do fluvial, com -41,6%, do rodoviário (-32,8%) e do ferroviário (-31,2%), divulgou esta semana o INE.

“À exceção do transporte de passageiros por metropolitano, que continuou a decrescer em 2021 (-2,4%, após -47,8% em 2020), em todos os restantes modos de transporte o número de passageiros cresceu, mas sem atingir os níveis de 2019”, lê-se nas ‘Estatísticas dos Transportes e Comunicações 2021’ do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo o instituto estatístico, “entre os diversos setores da atividade económica, o setor dos transportes foi um dos que mais sentiu os efeitos negativos da pandemia covid-19, registando uma contração significativa da atividade em 2020”, sendo que, em 2021, “ainda não tinha recuperado totalmente da crise pandémica”.

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No ano passado, o transporte de passageiros por comboio aumentou 18,1% (após -41,7% em 2020 e +18,9% em 2019), situando-se em 120,7 milhões de passageiros.

Por metropolitano, foram transportados 137,5 milhões de passageiros, o correspondente a uma redução de 2,4% (após -47,8% em 2020 e +10,6% em 2019), “devido ao prolongamento da situação da pandemia covid-19”. Face a 2019, registou-se um decréscimo de 49,1%.

O metropolitano de Lisboa foi o único sistema a registar decréscimo face a 2020 (-7,6%, após -50,5% em 2020; -54,3% face a 2019), cabendo-lhe o transporte de 83,7 milhões de passageiros.

Quanto ao Metro do Porto, apresentou uma recuperação de 5,9%, tendo transportado 41,8 milhões de passageiros (-44,7% em 2020; -41,5% face a 2019), enquanto o Metro Sul do Tejo transportou 12,0 milhões de passageiros e registou um crescimento de 9,9% face a 2020 (-29,8% em 2020; -22,8% face a 2019).

Já o transporte rodoviário de passageiros cresceu em 2021, face a 2020, mas continuou “longe dos níveis de 2019”: O número de passageiros transportados aumentou 15,8% face a 2020, para 380,2 milhões de passageiros, mas diminuiu 32,8% comparativamente a 2019, “reflexo das limitações de mobilidade impostas pela pandemia covid-19 durante o ano de 2021”.

Nos aeroportos e aeródromos nacionais, o movimento de passageiros ascendeu a 25,6 milhões em 2021 (+39,2%, -69,4% em 2020), mantendo-se “ainda longe dos níveis pré-pandemia (-57,4% face a 2019)”.

Nos principais aeroportos, o movimento de passageiros registou os seguintes crescimentos: +31,1% em Lisboa (-70,3% em 2020; -61,0% face a 2019), +31,7% no Porto (-66,2% em 2020; -55,4% face a 2019), +47,9% em Faro (-75,5% em 2020; -63,8% face a 2019), +69,3% no Funchal (-65,1% em 2020; -40,8% face a 2019) e +80,1% em Ponta Delgada (-65,4% em 2020; -37,7% face a 2019).

No ano passado, os dados do INE apontam que a rede ferroviária nacional tinha uma extensão total de 3.621,6 quilómetros (+0,9 quilómetros face a 2020), encontrando-se cerca de 70% da rede em exploração, numa extensão de 2.527,1 quilómetros, sendo o parque ferroviário constituído por 406 veículos de tração, 2.298 vagões e 1.017 veículos para transporte de passageiros.

As mercadorias transportadas por ferrovia (9,7 milhões de toneladas) aumentaram 11,4%, após um recuo de 10,6% em 2020, e o peso das mercadorias transportadas por rodovia subiu 11,5%, para 146,7 milhões de toneladas, mantendo-se 5,0% abaixo de 2019.

Já nos aeroportos registaram-se acréscimos de 31,2% no movimento de carga (totalizando 178,9 mil toneladas) e de 10,6% no movimento de correio (11,8 mil toneladas). Comparando com 2019, registaram-se decréscimos de 7,3% e 33,1%, respetivamente.

O consumo de combustíveis e energia no transporte rodoviário voltou a aumentar em 2021 e atingiu 5,3 milhões de TEP (toneladas equivalentes de petróleo), correspondendo a um aumento de 8,7%. Comparativamente a 2019, registou-se uma variação de -7,8%.

O parque de veículos rodoviários motorizados “cresceu ligeiramente” (+1,0%), num total de 7,1 milhões de veículos, e as vendas de veículos novos ligeiros de passageiros recuperaram ligeiramente (+0,8%; -35,0% em 2020), tendo sido comercializadas 146,6 mil viaturas. Contudo, face a 2019, registou-se um decréscimo de 34,5%.

As vendas dos veículos importados usados cresceram 25,0% face a 2020 (-8,6% face a 2019) e foram comercializados 72,6 mil veículos.

Relativamente aos portos marítimos nacionais, o movimento de mercadorias situou-se em 83,1 milhões de toneladas, crescendo 4,7% e recuperando parcialmente do decréscimo de 7,0% registado em 2020. Face a 2019, registou-se uma redução de 2,6%.

O porto de Sines movimentou 42,9 milhões de toneladas tendo registado um aumento de 10,3% face a 2020 (+10,3% face a 2019) e um acréscimo de 2,6 pontos percentuais no seu peso no total atingindo uma representatividade nacional de 51,6%.

Já o movimento de mercadorias em Leixões decresceu 12,5% (16,3% do total nacional; -3,2 pontos percentuais; -13,9% em 2020), enquanto em Lisboa aumentou 6,0% (10,7% do total; +0,1 pontos percentuais; -20,2% em 2020).

O INE avança ainda que, em 2021, o transporte de gás em gasoduto não registou alterações face a 2020: O movimento foi de 68,7 mil GWh (Gigawatt/hora) nas entradas (-0,1%) e 70,8 mil GWh nas saídas (+0,3%). Comparativamente a 2019, registaram-se decréscimos de 3,4% nas entradas e 2,9% nas saídas.

Quanto ao transporte de mercadorias por oleoduto, aumentou 7,6% em 2021 (-31,7% em 2020; -26,5% face a 2019), atingindo 2,3 milhões de toneladas.

Em 2021, o volume de negócios do setor de transportes e armazenagem verificou “um aumento expressivo” de 20,5% face ao ano anterior (-24,3% em 2020) para um total de 21.100 milhões de euros. Contudo, face a 2019, registou-se um decréscimo de 8,7%.

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