O polícia estivera sob grande tensão, até essa hora, na praça Léon Blum. Fazia parte das forças especiais, que protegeram as personalidades de primeiro plano, internacionais e francesas, que marcharam apenas duas centenas de metros antes de a maré humana de manifestantes anónimos (certamente com mais de um milhão de pessoas) ser autorizada a arrancar da Praça da República. Era de facto impossível controlar o que quer que seja.
Às 16h30 locais (17h30 em Lisboa), havia tanta gente nas ruas dos quarteirões a leste de Paris, que os manifestantes transbordaram da praça da República para todo o décimo primeiro bairro e para os bairros adjacentes.
À praça de Léon Blum chegavam desfiles ocupando todas as ruas – pelo boulevard Voltaire, como estava previsto, mas também pela avenida Parmentier e pela rua de la Roquette. Uns vinham da praça da Bastilha, outros dos arredores do cemitério Père Lachaise, locais onde não estavam previamente previstas concentrações.
Ao mesmo tempo, estavam igualmente cheias de gente a larga Avenida da República e muitas outras ruas do 11.º, 20.º e 12.º bairros. Quase metade de Paris estava repleta de gente nas ruas e, às 17h locais, até a Praça da Nação, onde terminará a manifestação, já estava repleta de manifestantes. Um mar de gente, sem dúvida porque, à mesma hora, a Praça da República, a três quilómetros, ainda estava a transbordar, bem comos as ruas adjacentes.
É impossível contabilizar o número aproximado de pessoas nas ruas parisienses. Mas impõe-se uma certeza: Paris está a viver esta tarde uma marcha imponente, que ficará sem dúvida para a História das revoltas cidadãs contra o fanatismo e o terrorismo.
RE