Universidade de Coimbra vai estudar e construir estratégia contra o extremismo

Em Portugal, o trabalho é coordenado pelo Centro de Estudos Interdisciplinares e Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra e irá ser implementado nas cidades de Coimbra, Évora, Portalegre, Guarda, Viseu, Faro e Vila Real

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Estudar o extremismo e desenhar uma estratégia para estimular o diálogo político e social não violento, é a proposta de uma investigação europeia, coordenada em Portugal pela Universidade de Coimbra (UC), que reúne 15 países. ´

O projeto, denominado “OppAttune”, é financiado pela Comissão Europeia através do programa Horizonte Europa. Arranca em abril, reúne 17 parceiros e irá decorrer ao longo de sensivelmente três anos, até março de 2026.

Pretende vir a “limitar o alcance e a progressão de narrativas políticas extremistas e violentas, transformando o pensamento de oposição através do diálogo social e político”, lê-se numa nota da UC.

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Em Portugal, o trabalho é coordenado pelo Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20-UC) e Instituto de Investigação Interdisciplinar (iiiUC) da Universidade de Coimbra e irá ser implementado nas cidades de Coimbra, Évora, Portalegre, Guarda, Viseu, Faro e Vila Real.

Esta amostra territorial, explicou, citada na nota, Joana Ricarte, investigadora da UC e coordenadora do projeto português, cobre zonas do país onde se registou um “crescimento exponencial de um partido político cuja base ideológica e discursos assentam no racismo explícito, misoginia, xenofobia e populismo e na propagação de discursos de ódio, desinformação e teorias da conspiração, seguindo uma tendência de base transnacional”.

O estudo quer envolver o público em geral, mas também jovens cidadãos, influenciadores digitais, decisores e atores políticos e a comunidade de investigação, através do desenvolvimento de uma ferramenta “que, funcionando como uma espécie de autoteste, vai permitir que os cidadãos detetem e rejeitem narrativas extremistas, contribuindo para transformar, de forma positiva, o pensamento de oposição”, frisou a especialista em Ciência Política e Relações Internacionais.

De acordo com o comunicado da UC, irão ser desenvolvidos outros contributos, “nomeadamente ferramentas e materiais de apoio para facilitar o diagnóstico de ambientes sociais e políticos extremistas, plataformas online interativas, jogos e mapas do extremismo, assim como diversas ações junto de decisores e atores políticos e do público em geral para disseminar o conhecimento produzido no âmbito da investigação”.

Joana Ricarte notou que, no contexto atual e “por todo o mundo”, crescem “discursos e práticas que afrontam as instituições democráticas”.

Deu o exemplo dos recentes acontecimentos em Brasília, capital do Brasil, para constatar ser “vital compreender os processos que levam ao surgimento de pensamentos e comportamentos extremistas, desenvolvendo estratégias para combater o extremismo político violento”.

“Os pensamentos de oposição são vitais, sendo naturais e salutares em democracia, desde que não se tornem em diálogos e práticas violentas”, reforçou a investigadora.

O “OppAttune” vai envolver investigadores de vários países, especialistas em áreas como Psicologia Social e Política, História, Antropologia, Ciência Política e Relações Internacionais, Media e Comunicação, Direito, Economia e Sociologia.

O consórcio é coordenado por uma universidade grega, coordenado cientificamente por uma universidade do Reino Unido e, para além de Portugal, integram o projeto instituições da Alemanha, França, Suécia, Áustria, Malta, Turquia, Chipre, Eslovénia, Sérvia, Kosovo, Iraque e Bósnia.

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1 COMENTÁRIO

  1. Então poderá o referido Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20-UC) visar, não só as óbvias atitudes da extrema direita – sempre condenáveis –, como igualmente uma organização, que dá pelo nome de SOS Racismo, onde pontuam alguns elementos, em que existe igualmente racismo, embora de sinal contrário.
    Pessoas, que nem nascidas no nosso país são, e não recuam a fazer-nos a afronta de ir ao ponto de até a nossa História Pátria procurarem reescrever.

    Não será com gente deste quilate que se irá conseguir a proverbial harmonia que sempre tem caracterizado o viver do nosso Povo.

    NÃO TENHAMOS MEDO DAS PALAVRAS !

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