“Vara fez o contacto com os acionistas”

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O caso já é de 2006 e nunca foi completamente explicado, não só pelo elevado financiamento feito pela Caixa Geral de Depósitos, como pelo facto de o banco público também ter decidido ser acionista do empreendimento de Vale do Lobo. A decisão da administração da Caixa, na altura liderada por Carlos Santos Ferreira – que mais tarde transitou para o BCP, levando com ele Armando Vara –, foi muito criticada na altura, sobretudo pelos valores envolvidos e pela dupla condição do banco de emprestador e de acionista. A queda do mercado imobiliários e da procura turística, transformaram este investimento num dos mais ruinosos da CGD, com prejuízos atrás de prejuízos e várias tentativas falhadas de encontrar novos parceiros para o empreendimento.

O caso sempre foi visto como mais um dos muitos investimentos imobiliários ruinosos da banca nacional no setor do turismo e do imobiliário. A lista de prejuízos da banca é enorme e ainda hoje muitos prejuízos são contabilizados anualmente. Este ano, Vale do Lobo passou a ter uma atenção nova, com a ligação à Operação Marquês, por causa de verbas que saíram de uma transação imobiliária em Vale de Lobo diretamente para uma conta de um administrador do grupo Lena e depois para outra de Carlos Santos Silva. Mas agora chega diretamente a Armando Vara. Na entrevista que o administrador de Vale de Lobo deu ao Expresso no mês passado, Vara aparece apenas no início do processo.

Expresso – A Caixa Geral de Depósitos entrou também como acionista, com 25%, e emprestou centenas de milhões de euros para os investimentos em Vale do Lobo. Que papel teve Armando Vara nessa relação?

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Diogo Gaspar Ferreira – Armando Vara foi o administrador na Caixa que fez o contacto com os acionistas, primeiro comigo e com Rui Horta e Costa. Mas depois o processo foi sempre desenvolvido com Alexandre Sanches, que era o coordenador do crédito na CGD.

Hoje, as autoridades estiveram todo o dia na CGD e na semana passada já tinham estado na Câmara Municipal de Loulé. Há suspeitas de que pode ter havido favorecimento público no projeto de Vale de Lobo – embora a aprovação do PROTAL tenha decorrido de forma normal – e que a intervenção da Caixa tenha tido origem em decisão política. Diogo Gaspar Ferreira é também arguido no processo que envolve Sócrates.

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