Viaduto ameaça “emparedar” zona histórica de Aljezur

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A Estradas de Portugal prevê construir já no próximo ano uma variante em Aljezur, com o objetivo de desviar o trânsito do centro da vila. Apesar de ser uma reivindicação antiga da população e da autarquia, a Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur manifesta-se contra a construção de “um viaduto de 700 metros sobre a várzea de Aljezur”, pois temem que a obra vá “emparedar um terço da zona histórica de Aljezur”.

É um caso que vai fazer correr muita tinta.” Quem o diz é o presidente da Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur (ADPHA), José Manuel Marreiros, que se pronuncia “convictamente contra” a construção de um viaduto sobre a várzea de Aljezur.

A obra, da responsabilidade da Estradas de Portugal, recebeu no mês passado a “luz verde” da Câmara de Aljezur, que há muitos anos se bate, juntamente com a população, pela criação de uma estrada alternativa em Aljezur, vila que é atravessada diariamente por centenas de camiões e milhares de automóveis.

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Segundo apurou o JA, o projeto prevê a construção de duas rotundas ligadas por um viaduto, a construir em paralelo à Ribeira das Alfambras, entre a zona do posto de turismo e o acesso ao campo municipal de futebol.

O problema é que este viaduto irá emparedar um terço da zona histórica de Aljezur e não será amovível, pois não se poderá, um dia qualquer, mudá-lo para outro local”, denuncia, indignado, José Manuel Marreiros.

O responsável refere-se, especialmente, ao edifício oitocentista conhecido por Casa Cintra (1830), “que será completamente envolvido pela estrutura de cimento”.

O edifício onde funciona o posto de turismo, que remonta à década de 40 do século passado, é outro que está em risco com a construção do viaduto e das rotundas.

“Isto para não falarmos do património ambiental constituído pela várzea de Aljezur, o melhor cartaz turístico que é um verdadeiro ex-líbris da nossa terra”, frisa José Manuel Marreiros.

Solução alternativa não usa solos agrícolas

Em termos de prazos, o processo está em andamento, estando neste momento a decorrer os estudos de impacte ambiental e as sondagens geológicas junto à ribeira.

Por isso, as estimativas apontam para que a execução da obra tenha início até ao final de 2011.

“O que a Estradas de Portugal pretende construir é um viaduto e não uma variante a Aljezur, como há muito é uma aspiração da população”, realça ao Jornal do Algarve o presidente da ADPHA.

José Manuel Marreiros critica ainda o facto de o traçado não ser aquele que estava previsto no projeto inicial, sendo que a nova proposta – a construção de um viaduto com cerca de 700 metros de comprimento – “vai afetar fortemente o património histórico, arqueológico e ambiental da vila de Aljezur e da sua verdejante várzea”.

“Com a construção do viaduto ficam inviabilizados para a cultura parcelas de terreno num total de cerca de 30 hectares, bem como as áreas sobrantes”, sublinha.

Por tudo isto, o presidente da ADPHA não compreende o que motivou a recente mudança de planos, “quando é sabido da existência de um estudo de variante, com projeto de execução e mapa de expropriações concluídas, que não utiliza solos agrícolas de valor e que contornava toda a área urbana de Aljezur”.

Vila atravessada por estrada perigosa

A variante de Aljezur é uma aspiração antiga da população e órgãos autárquicos, que pretendem assim afastar do centro da vila o intenso trânsito que atravessa todos os dias Aljezur.

A estrada atual é frequentada por muitos camiões, o que aumenta ainda mais o risco de acidentes e atropelamentos, uma vez que a via é apertada e ladeada de casas.

Por esse motivo, os habitantes reclamam há anos uma variante para desviar o trânsito do núcleo urbano, reduzindo assim também os problemas relacionados com a poluição sonora, a destruição de varandas e do mobiliário urbano existente junto à estrada.

Nuno Couto/Jornal do Algarve

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5 COMENTÁRIOS

  1. Este Sr. Manuel Marreirros tem a mania que é dono de Aljezur, mas nunca fez nada pelo Concelho.
    Não percebo o porquê da sua atitude. Será que ele não vê que a passagem de camiões dentro da vila
    detiora o patrimóneo histórico? Só um BURRO o não vê. Este senhor seria melhor erstar calado. Pois até tem a mania que é Dr. O que este Sr. pretende é Protagonismo. O melhor seria estar calado e não se meter em politiquisses. Por causa de atitudes destas é que o concelho de ALJEZUR não passa da cepa torta. Sr. Marreiros tenha juizo.

  2. Não me parece que o Sr. Marreiros não queira uma alternativa para o trânsito e defenda que este continue a passar pelo meio da cidade… o que o homem quer é que o tal novo viaduto de cimento não seja construído de modo a danificar o Património Histórico de Aljezur, que é o que o distingue das mais cidades e localidades. Cada um de nós distingue-se pela sua herança, pelo seu legado, e ao estar a destruí-lo, quebramos as barreiras da nossa própria identidade e individualidade!
    Ninguém compreende isso?
    Tão simples como dois e dois são quatro, ou será que também ninguém sabe contar?
    Que vença a ADPHA e o dito “estudo de variante, com projeto de execução e mapa de expropriações concluídas, que não utiliza solos agrícolas de valor e que contornava toda a área urbana de Aljezur”.
    Leia-se correcta e atentamente o artigo acima publicado para não dizerem disparates, sabem tanto escrever, mas parece que não sabem ler.

    Tenho dito

    Márcia Luísa

  3. Não me parece que o Sr. Marreiros não queira uma alternativa para o trânsito e defenda que este continue a passar pelo meio da cidade… o que o homem quer é que o tal novo viaduto de cimento não seja construído de modo a danificar o Património Histórico de Aljezur, que é o que o distingue das mais cidades e localidades. Cada um de nós distingue-se pela sua herança, pelo seu legado, e ao estar a destruí-lo, quebramos as barreiras da nossa própria identidade e individualidade!
    Ninguém compreende isso?
    Tão simples como dois e dois são quatro, ou será que também ninguém sabe contar?
    Que vença a ADPHA e o dito “estudo de variante, com projeto de execução e mapa de expropriações concluídas, que não utiliza solos agrícolas de valor e que contornava toda a área urbana de Aljezur”.
    Leia-se correcta e atentamente o artigo acima publicado para não dizerem disparates, sabem tanto escrever (ainda por cima com erros), mas parece que não sabem ler.

    Tenho dito

    Márcia Luísa

  4. Muito Bom Dia.
    Comessaria por dizer á Sra. D. Márcia Luísa que não conhece a realidade da Vila de Aljezur.
    Como é que o Viaduto vai prejudicar o Património da Vila? Será que a passagem de camiões junto das habitações (Rua 25 de Abril) é melhor que aquele a construir, o qual irá ser afastado cerca de quatrocentos metro desta rua. Este viaduto não vai tirar praticamente nenhum visitante á Vila, o que não aconteceria com o anteriormente planeado. Este teria cerca de dois mil metros.
    Quanto aos erros de que a senhora fala só vejo um, o desconhecimento das realidades desta terra, assim como o Sr. Marreiros.

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