Apelos a Pequim para que diga onde se encontra continuam a ser respondidos com silêncio.
Em 1995, o Dalai Lama designou um menino de seis anos chamado Gedhun Choekyi Nyima como seu sucessor – isto é, como a reencarnação do 10.º Panchen Lama. Três dias depois, a China levou-o e aos seus pais para um local ainda hoje desconhecido.
Agora que passam vinte anos sobre o desaparecimento da família, o governo tibetano no exílio pede a Pequim que diga finalmente onde está a família.
É pouco provável que o regime chinês responda. Pouco depois de levar Gedhun, nomeou um outro menino como a verdadeira reencarnação do Panchen Lama. O seu nome é Gyaincain Norbu.
Quando o Dalai Lama falecer, será a ele que as autoridades chinesas reconhecerão como líder religioso no Tibete. Haverá portanto um cisma, com dois sucessores diferentes reconhecidos por autoridades diferentes – embora seja provável que Pequim, nessa altura, faça aparecer Nyima para aprovar Norbu.
“Não é um assunto político, mas religioso. Tem a ver com o modo fundamental de vida tibetano”, diz o porta-voz do governo tibetano no exílio.
A data em que Nyama desapareceu, 17 de Maio, será designada como o dia da solidariedade tibetana. Entretanto, o Dalai Lama já sugeriu que quando ele próprio morrer poderá terminar a série de reencarnações que já duram há quinhentos anos. Para evitar o risco de surgir um “estúpido”, explicou.
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