Volta a Portugal: O “desafio” do Tavira é levar Veloso a despedida vitoriosa

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O Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel tem um desafio na 82.ª Volta a Portugal, o de levar Gustavo Veloso a uma vitória na sua despedida do pelotão, uma missão “interessante” que Vidal Fitas aceitou comandar.

“Nós não temos objetivos. Vamos encarar a Volta a Portugal como um desafio. Objetivo é para o FC Porto e a Efapel. Aceitámos um desafio e o desafio é tentar que o Gustavo Veloso deixe o ciclismo com uma vitória na Volta, se possível”, assumiu o diretor desportivo da equipa tavirense, em declarações à agência Lusa.

Com a saída para a Efapel de Frederico Figueiredo, terceiro classificado da edição especial da Volta a Portugal, a formação mais antiga do pelotão ficou “órfã de um líder com alguma consistência”.

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“E apareceu essa oportunidade, com esse desafio lançado pelo Gustavo, e achámos que poderia ser interessante. É o ciclista no ativo em Portugal com melhor palmarés, quer terminar a carreira com todas as suas faculdades intactas. Achámos que seria uma coisa interessante, não só porque nos dá alguma notoriedade, como é óbvio, e que é isso que se procura, mas porque, depois, constituímos uma equipa de gente com qualidade, com perspetivas de futuro bastante interessantes”, analisou.

Para Vidal Fitas, é positivo que os seus ciclistas “possam sentir o que é estar numa Volta a Portugal com um líder destes e como se tem de trabalhar para lutar por uma Volta”. “Se vamos conseguir terminar a Volta e concluir o desafio com sucesso ou não, isso é outra história. Temos de esperar por dia 15 [de agosto] para saber o resultado final”, completou.

Com o bicampeão da prova rainha do calendário nacional (2014 e 2015) arredado das apostas dos diretores desportivos das outras formações nacionais, convictos num duelo entre W52-FC Porto e Efapel, o algarvio garante estar “habituado a que o subestimem como adversário. 

“Também temos de ser realistas. O FC Porto é aquela estrutura que, teoricamente, é mais forte. A Efapel, pela época que fez, merece ter essa chancela – até acho que foi a equipa que ganhou mais corridas. Portanto, é normal que se inicie a corrida e que as atenções, prioritariamente, recaiam sobre estas equipas, que são aquelas que têm apresentado mais argumentos”, considerou, definindo os dois blocos como “bastante potentes”. 

No entanto, também a formação de Tavira fez “um trabalho diferente”, que até pode ser potenciado pelo conhecimento profundo que o veterano galego, segundo classificado da edição especial de 2020, tem dos ‘dragões’, estrutura que representou durante oito temporadas.

“Pode, mas se as pernas não estiverem lá, isso não serve de nada. Se não tiveres capacidade para contrariar aquilo que é a postura e a estratégia das equipas na corrida, não serve de muita coisa. Neste momento, também não é muito difícil adivinhar aquilo que o FC Porto poderá fazer. Sabemos, à partida, que a aposta recai num dos três ciclistas”, disse, referindo-se a Amaro Antunes, João Rodrigues e Joni Brandão.

Provavelmente, segundo Vidal Fitas, é “mais incógnita a Efapel do que o FC Porto”, porque naquela equipa não se sabe se “é o [António] Carvalho, o Frederico ou o Mauricio Moreira” a liderar. 

“No FC Porto, sabemos que é um deles; é aquele que chegar à liderança primeiro ou estiver melhor classificado. Tem sido sempre assim, praticamente. Penso que não vai ser diferente este ano. Na Efapel, sabemos que o Frederico, com as etapas de montanha que a Volta tem, é uma peça a levar em linha de conta. Sabemos que o Carvalho, é o líder, ou pelo menos teoricamente o líder, mas sabemos que o Mauricio Moreira, pela época que fez, deverá ser um ciclista que a equipa defende”, previu.

Vidal Fitas acredita que, num percurso que é “sempre a mesma coisa”, os pontos decisivos também serão os do costume – a Torre, a Senhora da Graça e o contrarrelógio final -, embora haja etapas “traiçoeiras”, como as da chegada a Setúbal ou à Nossa Senhora da Assunção (Santo Tirso), que podem surpreender o pelotão de “maior qualidade” a participar na Volta a Portugal desde 2012.

“Isso pode fazer a diferença, porque há bastantes equipas com qualidade que ao não lutarem pela geral podem perfeitamente lutar por etapas. Uma equipa que não vai lutar pela geral mas aposta nas fugas… o problema não é essa equipa, mas quem leva atrás. Isso pode fazer com que a corrida seja diferente, porque faz mexer com mais gente, obriga quem estiver líder a gastar mais força, porque é necessário gastar, e torna a corrida mais difícil de controlar”, destacou.

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