VRSA: Testagem proposta pelo candidato PS é inoportuna, acusa Presidente da Câmara

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A presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António (VRSA), Conceição Cabrita, acusou esta quarta-feira o candidato socialista ao município, Álvaro Araújo, de ter feito “um desafio extemporâneo” e “inoportuno” ao propor uma testagem em massa de toda a população do concelho, à semelhança do que ocorreu no passado fim-de-semana no vizinho concelho de Castro Marim.

Em carta aberta endereçada ao princípio desta semana à presidente da autarquia, o socialista Álvaro Araújo evoca a gravidade da situação pandémica concelhia para propor “a adoção de uma estratégia massiva de testagem à população vilarrealense”.

A autarca eleita pelo PSD – que já anunciou não ter intenções de voltar a concorrer ao lugar nas autárquicas de outubro – justifica que o repto do socialista “é inoportuno” porque se verifica numa altura em que o número de casos e óbitos começa a baixar e o concelho passou de uma situação de risco muito elevado para o menos grave risco elevado.

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“Se fosse em janeiro, de 10 a 14 de janeiro, quando isto começou a aumentar, com muitos cadeias de contágio, já estava distribuída pela comunidade, faria sentido. Neste momento não. Se a saúde nunca nos deixa entrar nas áreas deles, quem sou eu, como presidente de câmara, para fazer testes em massa?”, questionou a autarca, em declarações ao JA.

“A pandemia começou em 13 de março de 2020 e desde aí nunca tive qualquer contacto deste candidato para ajudar, nem do PS. Nunca tive qualquer manifestação de solidariedade e de ajuda e preocupação. Agora que temos dias com zero casos novos é estranho como vem com esta questão dos testes em massa”, faz notar Conceição Cabrita.

Recusando comentar a testagem em Castro Marim, opina ainda que os testes rápidos “podem ser enganosos” para uma população concelhia estimada em cerca de 20 mil residentes, e que “só fariam sentido se fossem efetuados todas as semanas”.

“Se houver um contacto com um positivo a pessoa fica infetada. A testagem universal só faz sentido se for feita semanalmente, como acontece com os funcionários da saúde. Isto porque ao fim de cinco, seis dias pode haver contactos e tudo se estraga”, justifica a autarca social-democrata, considerando “impossível” o controlo de possíveis situações de contágio no estrito limite das fronteiras concelhias.

Por outro lado, sustenta que a testagem universal agora proposta tem custos de 25 euros por pessoa, pelo que, contabiliza, cada testagem universal custaria cerca de 500 mil euros.

“O candidato não pode transformar isto num ato político. Não o vi preocupado com o surto nos bombeiros. Eu estive lá, ele não”, afirma, sublinhando que um dos principais focos de contágio, os lares, já se encontram controlados, pois funcionários e utentes “estão todos vacinados com a segunda dose”.

Após ter consultado um especialista na matéria a que faz referência na carta aberta, o pneumologista Carlos Robalo Cordeiro, Álvaro Araújo decidiu avançar com a proposta, sempre sublinhando que não se trata de trabalhar à revelia das autoridades nacionais e regionais de saúde: “Isto não é à revelia das autoridades. Tudo deve ser feito, não como fez Castro Marim, à revelia das autoridades, mas em articulação com elas. Ninguém está a fazer nada à revelia, mas quanto mais depressa testarmos melhor”, dise o candidato socialista ao JA.

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