Zapatero despede-se do PSOE

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A catalã Carme Chacón aparece como a desafiadora perante o "estabelecido" Alfredo Pérez Rubalcaba

Socialistas espanhóis escolherão, este sábado, entre Alfredo Pérez Rubalcaba, ex-ministro do Interior, derrotado pela direita nas eleições de novembro, e Carme Chacón, a primeira mulher na pasta da Defesa

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Os socialistas espanhóis começam hoje a escolher, em Sevilha, o sucessor de José Luis Zapatero. O 38.º Congresso Federal do Partido Socialista Operário Espanhol optará, amanhã à tarde, entre Alfredo Pérez Rubalcaba, vice-primeiro-ministro do último Governo de Zapatero (com a pasta do Interior), e Carme Chacón, que foi a sua colega da Defesa.

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No primeiro dia do Congresso, José Luis Zapatero lembrou a crise económica global que grassa desde 2008 e foi franco: “Tardei em reconhecê-la!”. Atribuiu aos problemas financeiros da Europa e do mundo parte das responsabilidades pelas derrotas nas eleições autárquicas, autonómicas e legislativas do ano passado. Admitiu que houve erros e “é tempo de aprender lições com o que vivemos”.

A seu ver, a Espanha tem de “encontrar ideais coletivos” e pôr de lado a crispação política que houve entre o seu Governo e o Partido Popular, nos últimos anos. “Até sobre o Dom Quixote fomos capazes de discutir!”.

Experiência vs. mudança

Alfredo Pérez Rubalcaba, nascido há 60 anos na Cantábria, foi o candidato do partido nas eleições legislativas antecipadas do passado dia 20 de novembro. O PSOE sofreu a pior derrota de sempre, com 28,76%, contra os 44,63% do PP, cujo líder, Mariano Rajoy subiu ao poder com maioria absoluta.

Antes de fazer parte da equipa de José Luis Zapatero, Rubalcaba fora ministro da Educação e da Presidência nos anos 1990, com Felipe González.

A catalã Carme Chacón aparece como a desafiadora perante o “estabelecido” Rubalcaba. Já tentara suceder a Zapatero quando este anunciou não se recandidatar, mas o aparelho do partido foi mais forte e, em nome da unidade, acabou por retirar-se da corrida. Agora, esta mulher de 40 anos, a primeira a ocupar a pasta da Defesa em Espanha, quer simbolizar a mudança.

O desfecho da contenda não é fácil de prever. Cerca de 15% dos 956 delegados foram eleitos para ir ao congresso sem revelar em que candidato pretendem votar.

Ambas as candidaturas anteveem a vitória, por cerca de 100 votos. No entanto, e estando várias das federações regionais do PSOE muito divididas, há que esperar pela contagem do último voto.

Pedro Cordeiro (JA/Rede Expresso)

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