Algarvios querem que Portugal descubra as diferenças… da Via do Infante

ouvir notícia

Plataforma de luta contra a introdução de portagens junta políticos, empresários e sindicalistas, professores e economistas, sociais-democratas, socialistas, bloquistas e comunistas.


Algarvios estão juntos da esquerda à direita contra a introdução de portagens na Via do Infante, que garantem ter sido paga em 2 terços por fundos europeus
“Nós não queremos nenhum privilégio para o Algarve, compreendemos que temos que responder às exigências do país, mas o que acontece é que a introdução de portagens na Via do Infante vai prejudicar fortemente a economia do turismo e da região”.

Quem o diz, no final de um Fórum Anti-Portagens que decorreu em Loulé, é o socialista Vítor Neto, secretário de Estado do Turismo nos governos de Guterres e um defensor convicto do ‘não’ às portagens na Via do Infante. E Neto não está sozinho.

- Publicidade -

“O resto do país não compreende o Algarve”, lamenta Mendes Bota, deputado social-democrata e ex-líder do PSD-Algarve durante vários anos. “Há quase um partie-pris negativo, acham que nós somos privilegiados e não é verdade, nós somos discriminados. Não acredito que quer o PS quer o PSD se mostrem favoráveis a um regime de exceção, por isso eu acho que se tivermos de cair, caímos de pé e devemos organizar uma manifestação pública ao jeito do que aconteceu em 2004 para mostrar ao país o nosso descontentamento”, acrescenta.

Numa região onde o desemprego já ascende oficialmente a 14,8% – a taxa mais elevada do país – as condições para que tal aconteça podem estar a reunir-se, uma vez que as ‘elites’ falam agora a uma só voz contra as portagens e rejeitam que a Estrada Nacional 125 seja uma alternativa real.

O método para as combater é que pode variar, diz Macário Correia, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve. “Nós temos tido uma conduta civilizada e temos optado pela via democrática. Mas o Governo anda a adiar há cinco meses uma reunião connosco e não tem tido a mesma postura”, critica.

Via do Infante vai ser paga duas vezes?

De resto, ataca a mesma nota que os seus antecessores: “Nós sabemos que não é fácil explicar o caso do Algarve perante outras pessoas que estão a pagar, mas é um facto que nós temos razões especiais que outros não têm, por exemplo a Via do Infante foi construída em mais de dois terços por fundos europeus há mais de 20 anos e não se percebe porque é que agora havemos de estar a pagar duas vezes a mesma coisa”, protesta.
O caso do impacto no turismo e o problema da introdução dos chips nos veículos de aluguer são outros dos pontos que Macário Correia destaca para assinalar as diferenças da Via do Infante no panorama nacional, mas António Goulart, da União de Sindicatos do Algarve vai mais longe.

“Eu acho que devemos começar por desmontar o argumento de que a A22 é uma auto-estrada porque pura e simplesmente não é. Então o Governo vai começar a cobrar portagens em todas as vias onde se possa circular a mais de 90 kms/h?”, questiona, antecipando também ele um movimento civil de protesto se o Governo não travar a intenção de cobrar tarifas na Via do Infante.

Na próxima quarta-feira, os mandatários da Plataforma Anti-Portagens serão recebidos em Lisboa pelo secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, para entregar em mãos um dossier de argumentos pelo ‘não’ às portagens no Algarve.

Mário Lino
JA/Rede Expresso
- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.