AlgFuturo critica “ataques” dirigidos à cultura do abacate na região

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A União Empresarial do Algarve (AlgFuturo) e alguns produtores de fruta da região criticaram os alegados ataques de que a cultura do abacate está a ser alvo nas últimas semanas e prometeu que “irá apurar e divulgar toda a verdade sobre o abacate/abacateiro”.

Em carta aberta dirigida aos responsáveis oficiais regionais, nacionais “e outros detratores das culturas de regadio no Algarve, em particular a do abacate, que falsamente afirmam ser de caracter intensivo”, a organização empresarial liderada por José Vitorino censura “as falsidades” divulgadas recentemente sobre aquela cultura.

Na semana passada, o Partido Socialista recomendou ao Governo que suspenda novas explorações de abacate no Algarve e fixe regras de sustentabilidade ambiental para explorações de regadio superintensivo, face à redução das reservas de água na região.

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Também o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve, António Pina, concordou, embora sublinhando que “a luta não é contra o abacate, mas a excessiva utilização de água”.

Um auto-proclamado grupo “Terra Saudável” veio também a público apelar ao desaparecimento da cultura do abacate e de outros tipos de monocultura que “contribuem para a destruição dos solos, para o agravar do problema hídrico por que passa o Algarve” e para agravar o problema da seca na região.

Os subscritores da carta aberta agora divulgada acusam os “detratores do abacate” de terem afrontado “princípios essenciais da Carta da União Europeia, como são a Parceria, Participação e Cooperação, pois não ouviram as Associações nem os agricultores. E, fazem-no quando na região há associações plurissectoriais e sectoriais como a Frusoal e a Madrefruta (Organizações de Produtores (além de outras), com elevada capacidade e vontade de cooperar”.

Sobre a questão concreta do cultivo do abacate na escassez de água, os subscritores afirmam que “as perdas do que escorre da serra e barrocal para o mar estimam-se em mais 1000 milhões de m3/ano, que soma às perdas nas degradadas canalizações municipais da ordem dos 15 m m3. Acrescem os gastos dos milhares de piscinas particulares, espaços verdes municipais, poupanças no consumo urbano, poupanças nos espaços verdes públicos, etc. O somatório aponta para um valor suficiente de água para regar cerca de 2000ha de abacateiros”.

“A nossa posição é que se façam com rigor os levantamentos e depois se tomem globalmente medidas, sem estabelecer períodos de 90 ou 180 dias proibindo plantações novas, o que é mortal para a confiança dos investidores nacionais e estrangeiros”, refere-se na carta.

“A posição dos agricultores é de cooperação, mas de rejeição do que tem vindo a público, continuando, no entanto, abertos ao diálogo através das suas organizações representativas, esperando que as ideias que os detratores têm sustentado mudem.

Além da AlgFuturo, subscrevem a missiva a Frusoal, Madre Fruta e, solidariamente, 1500 sócios da AlgFuturo, membros das 29 associações aderentes e a título individual.

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