Um grupo de estudantes de Medicina da Universidade do Algarve (UAlg) apelou esta semana à “necessidade de diálogo para um entendimento célere, sereno e diplomático” entre a instituição de ensino, o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e o Algarve Biomedical Centre (ABC).
Através de uma carta aberta, os alunos afirmam a sua posição de neutralidade em relação ao processo litigioso que decorre há vários meses entre as várias instituições, “afastando-se de qualquer juízo ou tomada de posição”.
No mesmo documento, os estudantes revelam que estão a ser “coagidos” a ingressar em hospitais fora da região algarvia “em detrimento das vagas disponibilizadas pelo CHUA”, como é o caso do Hospital Garcia de Orta.
“Apelamos a todas as partes que cumpram com os seus valores estratégicos, sem prejuízo da acessibilidade aos cuidados de saúde, projetos vigentes de elevado impacto no Algarve e sem que caduque a visão pedagógica, permitindo que os estudantes que ingressaram no Mestrado Integrado em Medicina da UAlg possam usufruir da capacidade formativa do CHUA, como estipulado, sem recorrer a referências hospitalares distantes”, referem.
Por outro lado, os alunos pedem às três instituições “que não utilizem os estudantes como arremesso neste conflito, colocando em causa a vida familiar e profissional de cada um”, através da “devassa pela vida privada, onde os estudantes são estratificados após exposição” perante os colegas, “consoante o estatuto socioeconómico e familiar”.
O grupo de estudantes do ensino superior apela ainda que não lhes seja imposta a deslocação até Lisboa para cumprir o quinto e sexto ano de formação médica, “desvirtuando o propósito da fixação de médicos” na região algarvia.