Anestesista do hospital de Faro denuncia “situações inacreditáveis”

Esta denuncia surgiu após a médica interna de Cirurgia Geral de Faro, Diana de Carvalho Pereira, ter apresentado queixa no Ministério Público e na Polícia Judiciária

ouvir notícia

Uma médica anestesista do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) de Faro disse nas redes sociais que ao longo dos anos viu e viveu “situações inacreditáveis” no serviço de cirurgia.

Esta denuncia surgiu após a médica interna de Cirurgia Geral de Faro, Diana de Carvalho Pereira, ter apresentado queixa no Ministério Público e na Polícia Judiciária, e partilhado a sua história nas redes sociais, por alegados 11 casos de negligência médica praticados por um profissional de saúde daquele hospital entre janeiro e março deste ano.

“Conheço muito bem o serviço de Cirurgia do hospital de Faro. Conheço-o desde outubro de 2012. Penso que a Diana só peca por defeito. Quer como anestesista quer como doente, vi e vivi situações inacreditáveis. Reportei aos órgãos de gestão do hospital diversos casos. Não tive a coragem de assumir a posição da Diana”, disse Rosina Andrade.

- Publicidade -

Rosina Andrade, que se encontra no final da sua carreira e “atraiçoada por uma doença oncológica”, confessa que apesar de não lhe colocarem o “rótulo de desequilibrada”, era considerada como uma “pessoa difícil, conflituosa e com mau feitio” pelos órgãos de gestão do hospital.

“Teria o melhor feitio do mundo se me estivesse nas tintas para os doentes. Não conhecendo pessoalmente a Diana, atesto que não está louca. Quem trabalha em Faro, em particular quem trabalha no bloco operatório, sabe que a Diana não está louca, nem está a mentir”, acrescenta.

A profissional de saúde afirma ainda que durante 10 anos contactou com novos colegas de cirurgia, a maioria vindos de Coimbra, com “excelentes conhecimentos”, mas que “um a um foram saindo”, uma vez que “para a mediocridade reinar os seguidores têm de ser medíocres”.

Rosina Andrade confessa ter entregue uma carta ao diretor do serviço de Cirurgia onde manifestou a sua “recusa em colaborar com o seu serviço no programa de Cirurgia Adicional”.

“Esclarecia nessa carta que durante o meu horário de trabalho teria que cumprir as escalas de serviço, mas fora dele recusava qualquer colaboração. A Cirurgia Adicional processa-se fora de horário, com uma remuneração própria. Tentaram insinuar que se tratava de um interesse económico, porque os atos de cirurgia geral não são tão bem pagos quanto os de outras especialidades. Ficava por explicar porque colaborava com a Urologia ou Ginecologia, com remunerações semelhantes à Cirurgia Geral”, explica.

A profissional de saúde admite que “Diana abriu uma caixa de Pandora” e que “se forças de pressão não a fecharem e se as investigações forem sérias, este caso atingirá proporções inimagináveis” para “vergonha de quem sempre soube e nada fez”.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

3 COMENTÁRIOS

  1. Fui operado aos intestinos ( depois de uma tentativa de homicídio com envenenamento num Irish Coffee no Bar de Vale de Lobo)no Hospital de Faro em Janeiro de 2008 , por uma excelente equipa de Cirurgia Dr.Moita , Dr. José Alberto Casquilho, Dr.Inacio e Dra.Noemia, um meu reconhecimento público a esta equipa de Cirurgia.

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.