António Costa acusa Governo de estar em “fúria” privatizadora e critica recomendações do FMI

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O secretário-geral do PS acusa o Governo de estar numa “fúria” privatizadora por saber que está em final do mandato e espera que este não tenha tempo para praticar atos “irreversíveis” e danosos para o país.

António Costa, que falava aos jornalistas esta segunda-feira, após uma reunião com agentes da cultura, considera ainda essencial a existência de uma maioria clara do seu partido para contrariar “a obsessão” pela austeridade e a linha de recomendações preconizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para o líder do PS, o atual Governo “está numa agonia que tem vindo a ser prolongada e está numa fúria de saber que tem muito pouco tempo para acabar de fazer as maldades que quer fazer ao país”.

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“Portanto, cada dia que passa é um dia mais em que eles têm oportunidade de fazer mais uma maldade. Esperemos que não haja tempo para que eles pratiquem atos que sejam irreversíveis e danosos para o país, na TAP, nos transportes públicos, nas águas, ou em outros setores estratégicos”, declarou o secretário-geral socialista.

Confrontado com o facto de o ministro da Economia ter assegurado que o ato de privatização da TAP não será reversível, António Costa usou a ironia para responder: “Sim, sim, o senhor ministro Pires de Lima inspira-nos a todos nós uma enorme confiança em cada ato de governação que pratica. Aguardemos pelo fim da história”, acrescentou.

Quanto às recomendações do FMI, Costa sublinha que “vão no sentido oposto” àquilo que o PS propõe. “Nós faremos uma política contrária que permita alcançar os bons resultados que o país precisa, porque a prossecução das políticas de austeridade, que este Governo quer prosseguir, só tem dado maus resultados”, frisou António Costa.

Entre outras recomendações, o FMI defende a necessidade de Portugal indexar as pensões à evolução da economia, propondo também que se volte a suspender as reformas antecipadas e que sejam aumentadas as contribuições para a Caixa Geral de Aposentações (CGA).

Na perspetiva do secretário-geral do PS, “é preciso virar a página da austeridade, de forma relançar a economia e a confiança, cumprindo as regras de Portugal na zona euro”.

Interrogado se o PS irá contra a redução do número de funcionários públicos, tal como recomenda o FMI, António Costa referiu que o cenário macroeconómico dos socialistas não prevê uma medida nesse sentido, mas sim uma “aposta na requalificação técnica” de várias áreas da administração pública.

No encontro que António Costa teve com dezenas de agentes da cultura, estiveram presentes, entre outros, os cineastas António Pedro Vasconcelos e Joaquim Leitão, o compositor Mário Laginha, ex-membros de governos como Rui Vieira Nery e Gabriela Canavilhas, a vice-presidente da bancada do PS Inês de Medeiros, as atrizes Maria do Céu Guerra e Beatriz Batarda, e a agente cultura Guta Moura Guedes.

“Neste encontro foi afirmada a centralidade da cultura como fator de base de uma sociedade do conhecimento. A recuperação da centralidade da cultura é absolutamente decisivo para um desenvolvimento sustentável”, sustentou o secretário-geral do PS.

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