Ato de vandalismo mata centenas de peixes na Lagoa dos Salgados

A maioria dos peixes, com pesos variáveis de 2 a 4 quilos, ainda se encontram no local e deverão continuar a ser retirados na próxima semana, com a ajuda dos meios municipais.

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Centenas de peixes de médio porte, sobretudo tainhas, apareceram mortos na Lagoa dos Salgados em consequência de um incidente com as comportas que dividem os lados norte e sul da lagoa, confinante dos concelhos de Albufeira e Silves, disse ao JA fonte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A maioria dos peixes, com pesos variáveis de 2 a 4 quilos, ainda se encontram no local e deverão continuar a ser retirados na próxima semana, com a ajuda dos meios municipais.

Na origem do problema ecológico está uma abertura controlada da barra da Lagoa dos Salgados, no final de abril, pedido que foi feito pela Almargem porque o nível estava muito alto do lado sul da lagoa.

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O Instituto de Conservação da Natureza e a APA deram autorização ao procedimento, que se baseava no facto de o lado sul ter demasiada água, o que provocava o tapamento das ilhas onde as aves habitam em seco e fazem os seus ninhos.

“De 27 de abril até agora a lagoa baixou na parte sul e na parte norte há um açude, construído em 2012, e esse açude tinha a função de que quando as aberturas fossem feitas em alturas mais sensíveis o açude ficaria com água na zona norte, a montante, de forma a que a lagoa nunca ficasse totalmente vazia nessa parte”, disse ao JA a fonte, um técnico da APA.

Mas, entretanto, segundo a mesma fonte, algo de anormal aconteceu: no início do mês de maio aconteceu um problema com a porta que divide a lagoa, muito provavelmente uma ação de vandalismo, que não permitiu que ela fosse tão estanque como é normal e essa água que ficou represada a montante (norte) começou a passar, esvaziando essa parte de montante.

“Alguém mexeu naquilo, a comporta abriu e, com os calores dos últimos dias, com a carga piscícola e menos água, o oxigénio falta e leva à morte dos peixes. Estamos agora a recolhê-los.

Frisando que se trata apenas de tainhas e não de peixes de elevado valor ecológico, a fonte da APA observa que o açude não foi feito para os peixes, mas para as aves. “As tainhas que morreram foram as maiores que não resistem, de 2 a 3 kg e nenhum animal come peixes daquele tamanho”, Ficam portanto a apodrecer à superfície.

Depois da deteção do problema, na passada quarta-feira, as autoridades foram céleres: a comporta foi reparada na quinta-feira e sexta-feira foi feito o fecho da barra para que agora toda a água fique represada. A comporta que divide o Norte ficou fechada, mas o lado sul, da praia, também foi fechada, explicou o técnico da APA.

O técnico sublinhou que este tipo de incidentes provocados pela falta de oxigénio é corrente nos meses de verão, devido à elevada evaporação e falta de chuva e à consequente escassez de oxigénio, perturbando sobretudo os peixes de maiores dimensões, como foi o caso.

Garantiu que as drenagens da ETAR dos Salgados, de cerca de 8 mil metros cúbicos por dia, serão agora suficientes para recompor os níveis habituais de água.

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