As autoridades de saúde do Algarve revelaram que há suspeitas de existirem em Tavira casos de infeção com a nova variante do coronavírus originária do Reino Unido, cujas amostras foram enviadas para análise.
Segundo a delegada de Saúde do Algarve, Ana Cristina Guerreiro, existe a “hipótese” de a nova variante do vírus “estar, eventualmente, a ser responsável” pela “subida grande” de casos no concelho de Tavira ao longo das últimas duas semanas.
Durante a conferência de imprensa quinzenal da Comissão Distrital de Proteção Civil, aquela responsável sublinhou que Tavira “tem sido o concelho que, nos últimos dias, tem inspirado maior preocupação”, apresentando uma taxa de incidência superior a 1.500 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
“Não chegámos a conclusão alguma. Suspeitamos que possa estar a acontecer, porque tivemos um aumento rápido e grande. Como a nova variante tem uma transmissibilidade superior, pomos essa hipótese. Pode até nem ter acontecido e só a investigação o determinará”, acrescentou a responsável.
De acordo com os dados divulgados na quinta-feira pela autarquia local, no concelho de Tavira foram reportados 471 casos desde 26 de dezembro do ano passado.
Segundo Ana Cristina Guerreiro, foram enviadas amostras para o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para serem incluídas na investigação que está a ser feita em todo o país para despistar infeções por essa nova variante da SARS-CoV-2.
O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado, explicou que a variante dominante em Portugal, de acordo com os estudos feitos pelo INSA, “surgiu inicialmente em Espanha” e representa cerca de 60% das transmissões do vírus no país.
Entre as centenas de variantes do vírus, a variante britânica é responsável por 22 casos confirmados até agora em Portugal.
“Inevitavelmente, até pela transmissibilidade, terá tendência a crescer. É uma variante que, por aquilo que se sabe, não aumenta a severidade da doença, mas chega a mais pessoas e acaba por, no fundo, causar mais casos graves”, referiu o responsável.