Câmara de Loulé distinguiu doze personalidades e instituições

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A escritora Lídia Jorge, que em 1993 tinha recebido uma Medalha Municipal de Mérito – Grau Prata, foi este ano distinguida com o louvor mais alto atribuído pela Câmara Municipal de Loulé: a Medalha de Honra do Município.

Natural de Boliqueime, Lídia Jorge é um dos nomes incontornáveis da literatura portuguesa, com uma obra premiada que teve a sua estreia com a publicação de “O Dia dos Prodígios”, em 1980, um dos livros mais emblemáticos da Pós-Revolução.

Aos seus livros têm sido atribuídos os principais prémios nacionais, alguns deles pelo conjunto da obra, como o Prémio da Latinidade, o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores – Millenium BCP, ou, mais recentemente, o Prémio Vergílio Ferreira de 2015.

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No estrangeiro, entre outros, Lídia Jorge venceu em 2006 a primeira edição do prestigiado prémio ALBATROS da Fundação Günter Grass e, em 2015, o Grande Prémio Luso-Espanhol de Cultura.

A homenageada não esteve presente nesta cerimónia por questões de agenda mas posteriormente ser-lhe-á entregue a Medalha numa cerimónia em Loulé.

Mais homenagens no Dia do Município

Ao poeta, romancista, contista e ensaísta Casimiro de Brito foi entregue a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro. O louletano que esteve ligado ao movimento Poesia 61, um dos mais importantes da poesia portuguesa do século XX, passa a fazer parte da lista dos Agraciados do Município de Loulé. Foi vencedor de vários prémios literários, entre eles o Prémio Internacional Versilia, Prémio Internacional de Poesia Leopold Sédar Senghor ou Prémio Europeu de Poesia Aleramo-Mario Luzi.

A título póstumo, o médico Abreu e Silva foi distinguido com a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro. Apesar de ter nascido em Coimbra, exerceu medicina em Loulé e Alte e marcou muitas gerações. A poesia, fotografia e cinema amador foram outros das áreas em que se distinguiu.

O Instituto Superior Dom Afonso III (INUAF) recebeu a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro. Criado com o objetivo estratégico de instalação do ensino superior universitário no Concelho, este estabelecimento de ensino estabeleceu parcerias com diversas entidades, entre as quais 44 universidades nacionais e internacionais, criou centros de investigação e formou muitos quadros superiores bem preparados: 2302 licenciados, 415 mestres e 596 pós-graduados.

Os antigos presidentes da Câmara Municipal de Loulé, Joaquim Vairinhos e José Cavaco, este último a título póstumo, duas figuras que tiveram um papel preponderante no desenvolvimento do Concelho, na criação de infraestruturas e na projeção do nome do Município receberam a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro.

Ao impulsionador do Encontro de Música Antiga de Loulé, o músico, pedagogo e professor de flauta de bisel e de classe de conjunto Francisco Rosado foi atribuída, a título póstumo, a Medalha Municipal de Mérito – Grau Prata. A par do papel na música antiga, destaca-se o facto de ter influenciado positivamente várias dezenas de alunos ao longo do seu percurso profissional.

Também o Dom José Beach Hotel recebeu o Grau Prata nesta cerimónia. Um dos melhores hotéis de 3 estrelas de Portugal (prémio atribuído três anos seguidos pela TripAdvisor), esta unidade hoteleira tem sido, durante 50 anos de existência, uma referência no turismo algarvio.

Pároco de Loulé há quase 50 anos, Henrique Varela recebeu ontem a Medalha Municipal de Mérito – Grau Prata. A sua atividade social à frente das paróquias de Loulé tem sido de grande importância, nomeadamente no apoio às famílias e enquanto impulsionador da construção do Centro Paroquial e Social de Loulé.

Outra das Medalhas de Mérito – Grau Prata foi atribuída ao Sport Clube Escanchinas. Este clube da freguesia de Almancil tem-se destacado na área da pesca desportiva, com vários título de Campeão do Mundo, .

O Grau Bronze destas Medalhas Municipais de Mérito foi atribuído a Filipa Faísca, poetisa e intérprete de contos tradicionais que participou em diversas recolhas de tradições orais e na elaboração do Romanceiro Popular português, bem como a Jack Petchey, filantropo, empresário e fundador da Fundação Jack Petchey.

Vítor Aleixo faz balanço

O presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, falou destes agraciados como “uma referência, os melhores exemplos, referentes sólidos e âncoras que nos obrigarão a olhar para o futuro”.

Referindo-se às personalidades a quem foi atribuída uma medalha a título póstumo, o autarca sublinhou o facto de se pretender, com esta iniciativa, “que a lembrança do que foram se renove e que o exemplo do que fizeram se fortaleça e perpetue”.

Em Dia do Município, o presidente da Câmara Municipal de Loulé falou do trabalho que tem sido realizado neste mandato, baseado num “programa eleitoral claro e objetivo”, perspetivando o que será o futuro.

Referindo-se à “amplitude deste novo ciclo autárquico”, o edil citou as áreas de intervenção onde o papel da autarquia tem sido mais evidente: educação, cultura, apoio social, desporto, valorização do património material e imaterial, dinamização da vida associativa, turismo criativo, qualidade e tratamento do espaço público, aposta em projetos inovadores, como os da eficiência energética, da gestão eficiente da água, da mobilidade sustentável, do ambiente, os efeitos das alterações climáticas, as dinâmicas participativas criadas com a implementação do orçamento participativo, nas cidades dinâmicas das cidades inteligentes e nos princípios basilares de uma cidade educadora.

As questões financeiras foram igualmente abordadas por Vítor Aleixo neste momento. “Não esquecemos os 80 milhões de euros da dívida com que fomos confrontados nos primeiros dias da nossa gestão. Foi um combate que travámos com uma gestão séria e estruturada que, reduzindo a despesa, privilegiou o equilíbrio entre o deve e o haver e, mais do que isso, criou condições para o nosso desempenho futuro, para que as finanças se mantenham saudáveis por muitos e bons anos”, disse o presidente da autarquia.

Uma vez que o Governo decidiu não retirar aos municípios as receitas de IMT, como estava anteriormente previsto, Vítor Aleixo acredita que, deste modo, será possível “iniciar e concretizar um conjunto de obras que procuram atender às reais necessidades”.

Assim, estão previstas intervenções sobretudo nos centros urbanos de Loulé, Quarteira e Almancil, que passam pela construção de equipamentos de natureza desportiva, social e cultural, além das que se encontram já programadas como o Solar da Música Nova, o Palácio Gama Lobos e as novas fases do Passeio das Dunas, em Quarteira.

Mas este papel do município não se limitará às obras físicas mas a outras funções viradas para o bem-estar das populações.

Finalmente, o autarca considerou que, apesar do enfoque desta política municipal estar no Litoral, onde se concentram as maiores necessidades e reside a maior parte da população, “o litoral e a sua especificidade” não será esquecido, naquele que é “um concelho único a nível do País”.

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