Caso ‘Ruby’ pode levar Berlusconi a seis anos de prisão

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MP italiano acusou antigo primeiro-ministro de ter tido relações sexuais com a marroquina Karima El Marough, então menor, e mantido um esquema de prostituição para satisfazer os seus caprichos.

A procuradora Ilda Boccassini, do Ministério Público (MP) de Itália, pediu esta segunda-feira uma pena de prisão de seis anos para o ex-primeiro-ministro italiano, assegurando que “não existem dúvidas” de que a jovem marroquina Karima El Marough, conhecida como Ruby, “manteve relações sexuais com Silvio Berlusconi a troco de dinheiro”, quando ainda era menor de idade.

Segundo Bocassini, quando Ruby foi levada para participar em festas na casa do dirigente do partido de centro-direita Povo da Liberdade (PDL) em Ancore, quem a levou – o jornalista Emilio Fede – “sabia que a rapariga era menor, não podia não o saber” e ninguém é capaz de imaginar que não tenha advertido Berlusconi para esse pormenor.

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O MP italiano sustenta que havia, de facto, um “esquema de prostituição” montado para satisfazer a ‘Il Cavaliere’, como Berlusconi é conhecido, solicitando, também, uma interdição vitalícia do político, de 76 anos, para o exercício de cargos públicos.

A leitura da ata de acusação pela promotora foi transmitida em direto por alguns meios de comunicação locais.

Berlusconi continua a refutar as acusações, enquanto Ruby – que no mês passado fez uma ação de protesto na frente do tribunal em Milão que está a julgar o caso -, desde o primeiro momento nega ser prostituta e diz que nunca teve relações com o então primeiro-ministro.

Sexo e mentiras

O caso entre Ruby e Silvio Berlusconi só foi descoberto depois de a jovem marroquina ter sido detida por roubar joias e dinheiro a outra prostituta. Na noite de 27 para 28 de maio de 2010, o então primeiro-ministro italiano telefonou pessoalmente para a esquadra de Milão, assegurando que Ruby era “sobrinha” do então Presidente do Egito, Hosni Mubarak, e que devia por isso ser libertada e entregue a Nicolete Minetti, outra amiga do então primeiro-ministro.

As escutas telefónicas encarregaram-se de descobrir o resto da história.

Na leitura da acusação, Ilda Boccassini qualificou de “mentira colossal” a versão apresentada por Berlusconi, e disse que o ex-primeiro-ministro é “culpado do delito de abuso de poder”.

A procuradora sustentou ainda que “as raparigas convidadas (para festas na mansão de ‘Il Cavaliere’) integravam um sistema de prostituição organizado, com o intuito de satisfazer os caprichos do então governante”.

Os procuradores do Ministério Público da Itália apresentaram os seus argumentos finais hoje, no encerramento do julgamento do caso que envolve Silvio Berlusconi.

O julgamento começou há dois anos e diz respeito aos alegados crimes cometidos em 2010, quando Berlusconi era ainda primeiro-ministro de Itália.

Três amigos deste, uma agente, um pivô de televisão e uma deputada regional, estão a ser julgados, em separado, acusados de lenocínio.

Berlusconi não esteve presente na audiência, segundo revela a imprensa italiana. O veredicto poderá ser anunciado ainda este mês.

Maria Luiza Rolim (Rede Expresso)
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