A cantina social da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim serve 3100 refeições por mês, mas a instituição, à semelhana do que sucede com outras da região, já solicitou um reforço do apoio concedido pela Segurança Social, no âmbito do Plano de Emergência Social, para poder responder a mais algumas pessoas que recorrem àquele serviço.
“Pedimos o alargamento do protocolo porque já não temos capacidade para responder a todos os que nos procuram. Se tivéssemos possibilidades de ajudar todas as pessoas que nos procuram para poder comer, o número de refeições mensais que damos atualmente duplicaria”, conta o provedor José Manuel Cabrita.
Refira-se que a Segurança Social paga 2,5 euros por cada pessoa que recorre àquele serviço para se poder alimentar.
Aquele responsável garante que só não há mais pessoas a recorrer à instituição porque “muitas ainda têm vergonha de mostrar que precisam de ajuda”.
José Manuel Cabrita garante que atualmente “há mais procura e a situação está pior” do que na altura em que a crise se começou a sentir. “É um valor muito alto, tendo em conta o número de habitantes do concelho. Tentamos sempre dar resposta, mas não conseguimos”, refere o provedor.
De acordo com José Manuel Cabrita, esta maior procura da cantina social “pode não significar que o número de pessoas com dificuldades tenha aumentado nos últimos meses”, mas sim que as pessoas começaram a perceber o funcionamento da instituição, nomeadamente o sigilo.
“Houve alguma divulgação e as pessoas também se aperceberam que, nestas situações, podem manter o anonimato. Por exemplo, eu nem sequer vou lá quando as pessoas vão buscar a comida. É tudo tratado, apenas, pela parte técnica da instituição. Ninguém mais sabe quem lá vai ou quem deixa de ir””, explica o mesmo responsável.
Domingos Viegas
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