O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje no discurso do 5 de Outubro, que todos os cidadãos devem ser tratados com base “no respeito pelos princípios da igualdade e da dignidade”, lembrando que “ninguém está a acima da lei.”
“Na República não há cidadãos de primeira, nem de segunda. Ninguém pode ser privado dos direitos de cidadania, quer no plano económico, político ou social. (…)Todos são cidadãos em pleno direito e devem ser tratados como igual, em nome da dignidade humana”, declarou Cavaco Silva na cerimónia oficial que assinalou os 103 anos da Implantação da República, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa.
Segundo o chefe de Estado é essencial manter a “coesão” da República e a “confiança dos portugueses nas suas instituições.”
“Daí a necessidade de não baixarmos os braços na defesa da ética republicana e dos valores da integridade, prevenindo e combatendo a corrupção ou situações menos transparentes de relacionamento entre o poder público e os interesses privados”, frisou.
Para o Presidente da República “ninguém pode eximir-se do dever de contribuir para o bem comum, sobretudo, num altura em que todos são chamados a fazer pesados sacrifícios, em nome de um futuro melhor para Portugal e para as gerações vindouras”, com base na aspiração de um país mais democrático, mais justo e mais desenvolvido.
Cavaco Silva defendeu ainda a importância da escola pública como veículo de mobilidade social, para contribuir para uma cidadania mais informada e esclarecida. “A exigência e o rigor no ensino são, na sua essência, valores profundamente republicanos. O facilitismo na avaliação de alunos e docentes favorece o privilégio e acaba, de facto, por promover a desigualdade”, sublinhou.
“Se o ensino perder critérios de exigência e rigor serão penalizados, em primeira linha, os alunos de mais baixos recursos, aqueles que só através da educação e do mérito podem progredir na sua vida escolar e, mais tarde, na sua atividade profissional”, rematou.
Liliana Coelho
JA | Rede Epresso
