Conselho de Estado: Costa “escondeu” o Programa da Estabilidade

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António Costa acabou por manietar parte da discussão prevista por Marcelo Rebelo de Sousa para o seu primeiro Conselho de Estado. O primeiro-ministro desculpou-se com o facto de ainda estar em negociações com os partidos à sua esquerda para não abrir o jogo sobre o Programa de Estabilidade e o debate ficou restringido ao segundo ponto previsto pelo Presidente da República quando convocou a reunião: o Plano Nacional de Reformas.

Sobre o PNR, os conselheiros dividiram-se, com alguns de esquerda mais alinhados com o Governo e os de direita mais críticos do documento, sobretudo pela sua “vacuidade”.

A grande surpresa da reunião foi mesmo a presença de Mario Draghi, que falou 20 minutos sobre a situação económica e financeira da Europa e acabou por ficar quase duas horas na sala a responder a perguntas dos conselheiros. Já nem teve tempo de visitar, como estava previsto, o Banco de Portugal.

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O Presidente do BCE elogiou o anterior Governo pelo espírito reformista e deixou um recado ao atual: as reformas devem continuar, a começar pela do mercado de trabalho.

Já sobre a banca nacional, o Presidente do BCE evitou responder sobre casos concretos – CGD, BPI ou Banif – remetendo o assunto para os mecanismos próprios de supervisão do BCE, ou a Direção Geral de Concorrência (DGCom). O máximo que Draghi terá reconhecido, segundo relatos de presentes, foi que há na Europa política decisões discutíveis e tardias.

Em privado, durante o almoço que antecedeu a reunião e que juntou Marcelo, Draghi, o Governador do Banco de Portugal, o primeiro-ministro e o ministro das Finanças, a situação dos bancos portugueses foi analisada mais em pormenor.

A reunião com os conselheiros durou seis horas, teve direito a lanche – sanduiches/triângulo e pastéis de Belém – e um ambiente genericamente descrito como “descontraído”. Francisco Louçã (que compareceu de gravata) e Domingos Abrantes, representantes do BE e do PCP, não se mostraram particularmente duros. Marcelo arrecadou o feito histórico: trazer o Presidente do Banco Central Europeu a uma reunião no palácio de Belém.

Ângela Silva (Rede Expresso)

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