Ministério sírio da Informação desmente as declarações do embaixador russo, segundo o qual o Presidente Bashar al-Assad aceitara abandonar o poder num “processo de transição democrática”.
“As declarações atribuídas ao embaixador russo em Paris sobre o facto do Presidente Assad ter aceitado deixar o poder de uma forma civilizada não têm qualquer fundamento”, indicou o Ministério sírio da Informação numa mensagem televisiva.
Em entrevista à Rádio França Internacional em Paris, o embaixador Alexandre Orlov afirmara que Bashar al-Assad aceitara o comunicado final da conferência de Genebra, que prevê uma transição para um sistema democrático: “Assad nomeou o seu representante para conduzir as negociações com a oposição para esta transição. Isto significa que aceitou sair, mas de uma forma civilizada”.
As informações contraditórias sobre as intenções do Presidente sírio surgem numa altura em que o Exército parece estar cada vez menos numa posição de supremacia perante o avanço das forças rebeldes.
De facto, cerca de 150 rebeldes assumiram hoje o controlo do posto fronteiriço de Bab al-Hawa com a Turquia, na sequência de violentos combates, refere a agência France Presse. O posto sírio fica na província síria de Idleb faz fronteira com o posto turco de Cilvegozu, na província de Hatay, onde estão os campos de refugiados sírios.
O dia mais sangrento da guerra
Segundo o Observatório britânico para os Direitos Humanos sediado na Síria, ontem morreram 302 pessoas, entre as quais 98 soldados, 139 civis e 65 rebeldes.
Um dos ataques em Damasco atingiu o Chefe da Segurança Nacional síria, Hicham Ikhtiar, que veio hoje a falecer.
Segundo a Sky News, os rebeldes atacaram ontem também a maior esquadra de polícia de Damasco, o que demonstra o fortalecimento da sua posição.
Nas últimas 48 horas, 30 sírios abandonaram o país com destino ao Líbano, segundo dados da agência das Nações Unidas para os Refugiados referidos pela Sky News.
Entretanto, o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros desmentiu hoje que o Presidente sírio ou a mulher se encontrem na Rússia.
O “The New York Times” indica que à medida que o caos se está a instalar na Síria, aumentam as preocupações do Irão em relação a uma viragem política no país, que representaria a perda de um aliado na região.