Costa já promete ministérios. E tem o apoio do genro de Cavaco

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Eram muitos, algumas centenas. Caras conhecidas da televisão, dos jornais, do mundo da cultura. Chegaram à hora certa, ao mercado da Ribeira, em Lisboa, para dar o seu apoio a António Costa. Porque “é preciso mudar” o estado da nação e o tempo urge na corrida que começa por ser à liderança do PS, para depois passar ao Governo do país.

Costa é apresentado como o candidato a primeiro-ministro, a hora é de aquecer os motores e acelerar na corrida. Mas nem por isso o candidato chegou a horas. Atrasou-se, chegou tarde. Mas isso pouco importou, porque entre copos e reencontros, o tempo passa depressa neste ambiente político, onde todos sabem haver “um longo caminho para frente” e, por isso mesmo, sempre é melhor ir aconchegando os estômagos e aquecendo as almas.

Havia um arzinho de Sócrates no ar, mas o próprio não compareceu. Alguns dos seus ministros, ou melhor, ministras, como Isabel Alçada e Gabriela Canavilhas, estavam lá. O ex-secretário de Estado Paulo Campos ou Rui Vieira Nery também. E estavam sobretudo “caras conhecidas” que compõem sempre bem o cenário político. Tomás Taveira, o arquitecto, voltou à cena mais velho e mais careca. Como o músico Júlio Pereira ou António Mega Ferreira. Ou Nicolau Breyner, ou a versão reduzida dos Trovante, com João Gil e Luís Represas a representá-los. Ou Virgílio Castelo e Io Apolloni, Orlando Costa e Maria do Céu Guerra. Ou dois prémios Pessoa, a historiadora Irene Pimentel e Carrilho da Graça.

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O mercado encheu. Compôs-se bem o cenário, mas a surpresa maior foi a presença do genro do Presidente da República, o produtor musical Luis Montez, que no final do discurso de António Costa foi literalmente assaltado pelos jornalistas para explicar a sua presença. “Sabia que corria o risco de fazer inimigos, mas é preciso ser coerente”, disse ao Expresso. Para Montez “este é o melhor para o país”. E quem quiser que faça as leituras que quiser.

O discurso de Costa não foi uma proeza de oratória. O candidato ainda está a aquecer as turbinas, a apalpar terreno a evitar danos colaterais. Alargou-se nos agradecimentos e pediu a cada parágrafo uma mobilização pelo país. E, claro, fez o elogio do papel da cultura, do conhecimento e da ciência, ou não fosse isso o que a plateia queria ouvir. E as primeiras palmas vieram quando assumiu que “a cultura precisa de um Ministério”. E pouco importa que “hoje não seja o dia de apresentar o meu programa de Governo”. Na verdade, pode não ter programa, mas já começa a ter uma lei orgânica. Será esta a primeira promessa eleitoral da campanha que ainda nem sequer começou? Oficialmente, claro está.

RE

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