A delegação dos Estados Unidos reuniu-se esta terça-feira com representantes cubanos para planear o futuro diálogo entre os dois países em na matéria dos direitos humanos, enquanto os dois países caminham para a restauração das suas relações diplomáticas.
Esta foi a primeira reunião formal entre os EUA e Cuba nesta matéria desde que o Presidente norte-americano, Barack Obama, e o seu homólogo cubano, Raul Castro, anunciaram em dezembro do ano passado a intenção da restauração das relações entre os seus países depois de mais de 50 anos de embargo.
A delegação norte-americana foi liderada por Tom Malinowski, o Conselheiro do Gabinete de Democracia, Direitos Humanos, e a cubana por Pedro Luis Pedroso, vice diretor para Assuntos Multilaterais do Ministério de Negócios Estrangeiro.
No final desta terça-feira, o Departamento de Estado norte-americano declarou num comunicado que o encontro foi positivo, tendo havido “um amplo consenso sobre o caminho a seguir para um futuro diálogo”.
“Esta reunião preliminar reflete o nosso foco contínuo nos direitos humanos e nos princípios democráticos em Cuba”, afirmou um oficial do Departamento de Estado à Reuters, sob a condição de anonimato.
Troca de acusações
O país norte-americano tem vindo a pressionar Havana a melhorar os seus direitos humanos, com particular preocupação com as detenções de políticos dissidentes e ativistas.
Cuba prometeu não tolerar as interferências de Washington nos seus assuntos internos, e pediu aos EUA para pararem de apoiar os dissidentes cubanos. Para Havana, o país deve preocupar-se em primeiro lugar com o desrespeito dos direitos humanos dentro das suas fronteiras, citando como exemplo as mortes dos negros em Ferguson nas mãos da polícia de Nova Iorque.
Para a total normalização das relações entre os dois países, o democrata Obama necessita do apoio de todo o seu Congresso, contudo, alguns deputados republicanos opõem-se à questão enquanto Cuba continuar a ser um país unipartidário, reprimir os dissidentes e controlar os media.
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