Dieta Mediterrânica deve ser a “âncora para projetos do próximo quadro comunitário”, diz CCDR

José Apolinário considerou que a Dieta Mediterrânica deve ser a “âncora” ou o “chapéu” para os projetos do próximo quadro comunitário de apoio 2030 e sublinhou a necessidade de os produtos regionais serem desenvolvidos e promovidos neste âmbito, constituindo-se como “uma marca que diferencia” o Algarve

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A inovação associada à Dieta Mediterrânica “deve ser explorada para ajudar a dinamizar o tecido económico do Algarve, em áreas como a cultura, a saúde ou a alimentação”, defendeu esta quinta-feira o presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR).

José Apolinário participou esta quinta-feira, em Tavira, no Seminário Saúde, Alimentação e Dieta Mediterrânica, onde afirmou que esta vertente da cultura da bacia do Mediterrâneo tem sido falada “só do lado da Cultura”, mas que é preciso ao mesmo tempo “enfatizar o tema da saúde e alimentação”, potenciando também o turismo.

“Temos falado de Dieta Mediterrânica só do lado da Cultura, e ela também é parte integrante deste projeto, mas é preciso focar o lado da saúde e da alimentação até para valorizar aquilo que é diferente”, afirmou o presidente da CCDR do Algarve sobre este património imaterial da humanidade reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2013.

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José Apolinário considerou que a Dieta Mediterrânica deve ser a “âncora” ou o “chapéu” para os projetos do próximo quadro comunitário de apoio 2030 e sublinhou a necessidade de os produtos regionais serem desenvolvidos e promovidos neste âmbito, constituindo-se como “uma marca que diferencia” o Algarve.

“Quando o turismo promove iniciativas como o enoturismo, está a promover também a Dieta Mediterrânica e, muitas vezes, fala-se deste pacote do enoturismo e não se fala da Dieta Mediterrânica”, exemplificou José Apolinário, sublinhando que a entrega de produtos regionais algarvios a turistas no aeroporto também “promove as características da região”.

A mesma fonte apontou ainda o projeto anunciado pela Comunidade Intermunicipal do Algarve de, num “esforço concertado entre todos os municípios, nas refeições escolares passar a haver produtos locais”, frisando que, desta forma, se está também a promover este património imaterial.

“Agora temos de dar um passo em frente, temos de atualizar o Plano de Salvaguarda [da Dieta Mediterrânica}, reduzir o número de ações para poderem ser monitorizadas, ser mais ambiciosos e exigentes em relação a essas ações”, antecipou, considerando que a Dieta Mediterrânica “não pode ser apenas vivida quando se organiza a feira” e tem de “fazer parte daquilo que é a matriz da ação concertada ao longo do ano”.

“É com essa visão que temos de construir a atualização do plano de salvaguarda”, acrescentou, salientando a necessidade de “inovar na gastronomia e na cozinha” ou “apoiar mais investigação e conhecimento sobre a Direta Mediterrânica em todas as suas vertentes, da cultura, do bem-estar, da saúde”.

Tavira é a comunidade representativa da Dieta Mediterrânica que liderou a candidatura a património imaterial da humanidade e a presidente da Câmara Municipal, Ana Paula Martins, disse que a abertura da 8.ª edição da Feira da Dieta, assinala um regresso a um ponto alto das atividades relacionadas com este património, após um interregno de dois anos por causa da pandemia.

“Na altura olhámos para a Dieta como projeto âncora para ajudar a promover o concelho e acho que acabou por acontecer, estávamos no meio de uma crise em 2013, e acho que Tavira pegou nesse reconhecimento e usou-o para promover e dinamizar o seu tecido económico”, considerou a autarca, frisando que na “fase inicial” o projeto se focou mais “na vertente da gastronomia, da promoção do território e da nossa cultura e identidade”, e agora deve evoluir também nas áreas da formação e da criação de competências.

A autarca afirmou que o seminário realizado na cidade demonstra que “a multidisciplinaridade da dieta, esta associação à alimentação, à saúde, à prevenção de doenças, ou mesmo à agricultura, com práticas de cultivo mais sustentáveis e mais amigas do ambiente, poderá ser um fator muito importante” para “no futuro se diversificar a base económica da região”.

O desenvolvimento de projetos culturais, o aproveitamento de recursos endógenos, como alfarroba e amêndoa, vão permitir aproveitar “este grande chapéu” da Dieta Mediterrânica para “desenvolver várias vertentes”, complementando-as com a “atividade económica principal da região, o turismo, para que possam “ser um cartão-de-visita para impulsionar atividades económicas à volta” deste património imaterial da humanidade.

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