A dor crónica nas costas e articulações tem custos indiretos na ordem dos 739,85 milhões de euros anuais, devido ao absentismo e reformas antecipadas, conclui um estudo do economista Miguel Gouveia, da Universidade Católica Portuguesa.
O estudo, publicado na Revista Portuguesa de Saúde Pública, estima as perdas resultantes do absentismo gerado pela incapacidade de curto prazo e redução do volume de emprego por reformas antecipadas e outras formas de não participação no mercado de trabalho.
A investigação apurou que os custos indiretos totais anuais estimados pelo absentismo de curto prazo devido à dor crónica são aproximadamente de 281 milhões de euros.
O custo médio anual do absentismo por trabalhadora é de 864 euros e de 496 euros por trabalhador. A média global é de 678 euros. Os indivíduos entre os 50 e os 59 anos, e as mulheres, são os grupos mais afetados pela incapacidade para trabalhar devido a dor crónica, lê-se no resumo do estudo.
Miguel Gouveia concluiu que “o custo monetário estimado para a perda de produção devido à dor crónica representa 0,43 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para 2010 e, apenas por referência, a 8,1 por cento da despesa do Estado no sector da saúde em 2009.
“O conhecimento dos custos indiretos da dor crónica é um passo relevante no desenvolvimento e consolidação de estratégias de prevenção e tratamento eficientes para mitigar as consequências da dor crónica na saúde e bem-estar dos portugueses”, afirma Miguel Gouveia.
Para o estudo, os investigadores recorreram a metodologias de estimação de custos da doença baseadas na abordagem do capital humano e aos dados fornecidos pelo Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006.