As propostas para se criar empregos num país onde há quase cinco milhões de pessoas sem trabalho e o fantasma dos cortes de gastos dominaram esta segunda-feira o debate eleitoral na TV dos dois principais candidatos às legislativas de 20 de novembro em Espanha.
Visivelmente nervosos no início, o opositor Mariano Rajoy e o socialista Alfredo Pérez Rubalcaba foram adotando um tom mais agressivo à medida que avançava o debate, cronometrado por dois árbitros de basquete.
Rajoy, do conservador Partido Popular (PP, direita) e grande favorito nas pesquisas para ser o próximo chefe de governo espanhol, concentrou-se em criticar o atual governo socialista.
“A situação ficou insustentável porque há mais de cinco milhões de pessoas em Espanha que não podem trabalhar, pelas dívidas acumuladas e pelo dano sofrido na economia”, disse Rajoy, 56 anos. “Acredito que a Espanha precisa de mudança, e com urgência”.
O candidato do PSOE, Alfredo Pérez Rubalcaba, 60 anos, ex-número dois do governo de José Luis Rodríguez Zapatero, admitiu que a “Espanha está a sofrer uma crise profunda, com milhões de espanhóis sem trabalho”.
Acossado pela crise económica que abala a Espanha, Zapatero convocou em julho eleições antecipadas, que pelo calendário natural estavam previstas para março de 2012.
Desde o início da campanha, as pesquisas apontam a vitória do Partido Popular (PP), de Rajoy, com pelo menos 45% dos votos, contra 29% para os socialistas, no poder desde 2004.