Enfermeiros denunciam mais 4 casos de tuberculose. Ministro e CHA desmentem surto

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O coordenador regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Nuno Manjua, acaba de denunciar esta quarta-feira “mais quatro casos de tuberculose no hospital de Portimão”.

Isto depois de, esta segunda-feira, o conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) ter esclarecido que nunca existiu um surto de tuberculose na unidade de Portimão. O CHA acusou ainda o responsável local do sindicato dos enfermeiros, Nuno Manjua, de fazer declarações falsas e exige um pedido de desculpas formal da direção do SEP.

A polémica estalou no início deste mês, quando o sindicato dos enfermeiros denunciou a existência de um “ambiente inseguro” para profissionais e doentes no hospital de Portimão. Na altura, foi revelado pelo delegado sindical que duas enfermeiras estavam em casa depois de diagnóstico positivo de tuberculose. Já em maio, cinco enfermeiros e dois assistentes operacionais tinham contraído tuberculose na mesma unidade hospitalar.

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A denúncia em ambos os casos partiu do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que associou o risco dos trabalhadores ao encerramento de um quarto de pressão negativa, supostamente existente anteriormente no serviço de urgência. “Tal notícia é falsa e caluniosa, tendo origem em reiteradas afirmações que, por ignorância ou má-fé, têm sido proferidas por um responsável local do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, enfermeiro Nuno Manjua”, lê-se no esclarecimento do CHA.

Segundo o centro hospitalar algarvio, “não existe nem nunca existiu qualquer quarto de pressão negativa na unidade hospitalar de Portimão”, sendo que os doentes do barlavento têm acesso aos três quartos de pressão negativa existentes em Faro.

Já na sexta-feira, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, negou a existência do surto de tuberculose, sublinhando que apenas foram detetados dois casos em enfermeiros do serviço de urgência de Portimão.

Sindicato também exige pedido de desculpas

Em resposta, Nuno Manjua refere que o SEP nunca falou em surto de tuberculose. “Tem sim, dado conta de alguns casos em profissionais de saúde em ambos os hospitais, o que naturalmente nos preocupa. Temos agora a confirmação de mais quatro casos de tuberculose (latente) em duas enfermeiras e dois assistentes operacionais”, salienta.

O sindicalista adianta ainda que “é da responsabilidade do CHA a promoção de ambientes seguros”. “Curioso é ver que o conselho de administração não se pronuncia quanto à responsabilidade legal da falta de vigilância da saúde dos seus trabalhadores. Nem nada diz quanto à periodicidade dos rastreios à tuberculose de acordo com as orientações da DGS”, critica Nuno Manjua, frisando que “quem deve desculpas é o conselho de administração aos seus trabalhadores por não cumprir totalmente com a legislação em matéria de segurança e saúde no trabalho, não possibilitando a prevenção e a deteção precoce desta e de outras doenças”.

Nuno Couto/JA

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