Equipa de Portimão faz primeiro implante osteointegrado numa criança

O serviço de Otorrinolaringologia da unidade hospitalar de Portimão realizou recentemente a sua primeira intervenção de implante BAHA (Bone Anchored Hearing Aid – ou em português, implante osteointegrado) numa criança.

Segundo os médicos, a menina, de cinco anos, nasceu na instituição e é portadora de malformação do pavilhão e de agenésia do canal (não tinha canal) auditivo, o que impedia a passagem do som. “Intervencionada no bloco central desta unidade, a pequena utente recebeu um implante BAHA. Através da condução óssea, este implante faz passar o som diretamente para o ouvido interno, pela vibração que é produzida na mandíbula e no crânio, sem passar pelo ouvido externo e médio. Esta condução é feita por um pequeno implante, localizado atrás do pavilhão auditivo no osso mastóide, junto ao crânio, através de um procedimento cirúrgico simples, com anestesia geral ou local”, explicam os profissionais de saúde do Hospital de Portimão.

Os responsáveis realçam ainda que este sistema tem vindo a sofrer melhorias contínuas, sobretudo a nível da prevenção das infeções e de uma técnica menos invasiva, “criando um sistema mais estável junto dos tecidos moles, com maior preservação da pele e do cabelo junto do «ponto de contacto» que é revestido de hidroxiapatite, um dos principais constituintes da estrutura óssea, que tem vindo a provar-se ser de utilização benéfica, quer em adultos, quer em crianças, com expressiva diminuição dos tempos cirúrgico e de recuperação”.

O principal benefício desta prática, neste caso, é permitir a binauralidade (ouvir dos dois ouvidos) com a inerente localização da fonte sonora e a estimulação de toda a via auditiva, que possibilita um desempenho auditivo semelhante ao das outras crianças.

JA