Exposição ‘Joaquim Bravo, Algarve e o Turismo’ revisita a obra do artista

Joaquim Bravo mudou-se para Lagos em 1966

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Uma exposição que revisita a obra de Joaquim Bravo (1935-1990), com peças de artistas que com ele conviveram, abordando a relação entre arte e turismo no território português, vai ser inaugurada a 14 de abril, em Lisboa.

“Joaquim Bravo, Algarve e o Turismo” é o título desta exposição coletiva, organizada pelas Galerias Municipais, que conta com a curadoria de Diogo Pinto, e estará patente no Palácio Pimenta – Pavilhão Branco, no Campo Grande, até julho deste ano.

No museu, serão reunidas obras de Joaquim Bravo, Álvaro Lapa, António Cunha Telles, António Palolo, BRANA, Cristina Motta, João Cutileiro, Jorge Mealha, José Miranda Justo, Maria Altina Martins, Patrícia Almeida, Peter Jones, Rosa Jones, Vera Gonçalves, Xana e Zé Ventura.

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Trata-se de uma mostra “com um olhar artístico e não histórico, que irá reunir artistas que conviveram com Joaquim Bravo e que, de algum modo, partilharam com ele uma visão da paisagem e da realidade turística algarvia, destacando as relações subtis entre arte e turismo no território português”, indica uma nota de imprensa das Galerias Municipais.

Entre as décadas de 1970 e 1980, em Lagos, o professor e pintor Joaquim Bravo criou “Marinas”, uma série de desenhos cénicos de praias locais, assinadas com o ‘alter-ego’ BRANA, que se destinavam a ser vendidas como lembranças aos turistas que visitavam a região.

Quando Bravo se mudou para Lagos em 1966, trabalhou como ´caddie master´ (assistente de jogadores de golfe) no Hotel do Golfe da Penina, um dos muitos empregos criados pelo recém-inaugurado hotel de cinco estrelas, o primeiro na região.

“Na altura, devido aos esforços do Estado para incentivar o turismo, estabeleceu-se uma nova imagem do Algarve, promovendo a paisagem paradisíaca como um lugar de tradição, autenticidade, história e paz”, recorda o mesmo texto sobre Joaquim Bravo, nascido em Évora, em 1935.

O artista organizou a sua primeira exposição em 1963, na Galeria 111 de Lisboa, e, em 1968, uma exposição na Galeria de Lagos.

Depois do Hotel da Penina, tornou-se professor na Escola Secundária Gil Eanes, em Lagos e também ensinou na Escola António Aleixo, em Portimão.

Partindo de “Marinas”, e guiada pelo arquivo do artista, a exposição “desdobra uma perspetiva artística e social, não histórica, dos últimos cinquenta anos de uma vívida cena artística, revelando associações no percurso de Bravo que se estendem além da troca recíproca com (e influência duradoura em) outros artistas, colegas, amigos e conhecidos”.

Ao reunir obras e documentos intrinsecamente ligados à região, esta exposição procura “enredar as relações subtis entre arte e turismo em Portugal, realçando várias estratégias e reações artísticas às mudanças provocadas pelos mecanismos turísticos” no Algarve, desde os anos 1960.

A mostra será acompanhada por uma publicação com um texto do curador e da artista e investigadora em arte e estudos curatoriais Mariana Tilly.

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