Festival de Cinema e Literatura de Olhão decorre até abril

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O Festival Internacional de Cinema e Literatura de Olhão (FICLO) começa hoje e prolonga-se até ao dia 3 de abril com nove filmes a concurso, “seis dos quais em estreia nacional”, revelou a organização.

Os filmes a concurso vão juntar-se a um ciclo de cinema italiano, a outro de cinema gótico tropical e a uma retrospetiva da obra do realizador espanhol Albert Serra, totalizando 40 obras que vão estar em exibição em vários locais de Olhão, referiu a diretora e programadora do FICLO, Candela Varas, citada pela agência Lusa.

Tendo por base a relação entre cinema e literatura e como tema a “viagem”, o FICLO vai premiar com 2000 euros o melhor dos nove filmes em competição, ficando a abertura a cargo de “Adoration”, do realizador belga Fabrice du Welz, enquanto no encerramento será exibido “Valley of Souls”, do colombiano Nicolás Rincón Gille, ambos em estreia nacional.

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O primeiro, é “um conto de fadas moderno, com dureza dos contos tradicionais” e “mostra uma viagem de libertação de dois adolescentes que fogem de uma instituição psiquiátrica”, enquanto que o segundo faz “uma viagem dantesca por um inferno paramilitar colombiano, mas com uma atmosfera poética muito poderosa, em contraste com a dureza e situação devastadora da realidade paramilitar” desse país, afirmou Candela Varas.

Os dois filmes estreiam-se em Portugal e serão seguidos por “I Do Not Care if we go down in History as Barbarians” de Radu Jude, “Campo” de Tiago Hespanha, “Endless Night” de Eloy Enciso, “Fortress” de Ludovica Andò e Emiliano Aiello, “Out Stealing Horses” de Hans Petter Moland, “The Good Girls” de Alejandra Marquez, e “There was a Little Ship” de Marion Hänsel.

Candela Varas, que destacou ainda a importância da relação da literatura com o cinema e do tema da viagem para a programação do ciclo de cinema italiano, que irá contar com filmes de Roberto Rossellini, Luchino Visconti ou Michelangelo Antonioni.

Antonioni participará com o filme “The Passenger”, que “procura o equivalente visual do problema mais importante da literatura do século XX, que é o problema a identidade” e “é um filme muito interessante nesta relação do cinema com a literatura”, considerou a diretora.

A codiretora e coprogramadora do FICLO, Débora Mateus, salientou que “outro ciclo importante é o gótico tropical” e estará representado com um filme de Carlos Mayolo, que integrou o grupo de Calo com Luís Ospina e Andres Caicedo, e foi “buscar este espírito subversivo que o gótico tinha no seu âmago” para “abordar as questões das relações de poder coloniais e pós-coloniais”.

Além de Colômbia, estão também previstos filmes de França, México e Cuba, que têm “também um lado de comicidade muito forte, sobretudo nos filmes cubanos”, referiu Débora Mateus. 

“Como estamos a falar do obscuro, passamos então para a noite e chegamos ao último filme do realizador espanhol Albert Serra (‘Liberté’), realizador que é alvo de uma retrospetiva integral da sua obra de inspiração literária no FICLO” e iniciou hoje uma oficina que se prolongará até sábado, disse ainda produtora e diretora do festival.

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