Há mais do que 34 portugueses nos Panama Papers

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FUGA DE INFORMAÇÃO. A investigação é do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, de que o Expresso é parceiro. Trata-se da maior fuga de informação da Históri

Os nomes portugueses que aparecem referidos nos Panama Papers são mais que os 34 noticiados esta segunda-feira pelo jornal irlandês “Irish Times” e envolvem vários empresários e gestores nacionais.

Entre esses nomes, cujas ligações o Expresso ainda está a investigar, estão beneficiários últimos, acionistas das sociedades offshore, intermediários e clientes. Grande parte dos nomes não são figuras públicas, mas entre eles estão vários empresários e gestores nacionais.

A investigação Panama Papers, desenvolvida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, de que o Expresso faz parte, está a revelar dados daquela que é uma das maiores fugas de informação de sempre, que mostra como sociedades de advogados, bancos e outros intermediários trabalham para esconder dinheiro e património em paraísos fiscais.

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Os dados que têm vindo a ser publicados dizem respeito apenas à informação da sociedade de advogados Mossack Fonseca, que opera no Panamá. As revelações dos Panama Papers são por isso uma pequena parte do mundo das sociedades e contas offshore. Ainda assim, são mais de 11 milhões de ficheiros sobre dezenas de milhares de offshores ligadas ao Panamá.

Os números já disponibilizados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação mostram que a atividade de abertura de sociedades em paraísos fiscais até já foi maior do que é hoje. Nos arquivos da Mossack Fonseca, o pico ocorreu em 2005, com a abertura de 13.287 firmas offshore. Em 2015 foram abertas 4341 sociedades deste género.

Mas há também uma elevada mortalidade de empresas offshore. Em 2010, segundo os dados da Mossack Fonseca, foram encerradas mais de 10 mil offshores. Em 2015 foram 8.864 os encerramentos.

Criar uma sociedade offshore não é ilegal, mas muitas vezes esses veículos são um expediente usado para o branqueamento de capitais. Noutros casos, as offshores servem apenas para o que as empresas designam como “otimização fiscal”, isto é, instalar a sede de uma sociedade numa região com um regime fiscal mais favorável. Noutros casos ainda, o recurso às offshores permite aos beneficiários ter um maior sigilo sobre os seus patrimónios, evitar burocracia ou diminuir os riscos de litígio perante os credores.

(Rede Expresso)

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