Pouco antes de ser detida pelos colegas e acusada de matar com 14 tiros de pistola a avó do marido, a inspetora Ana Saltão tinha sido nomeada pelo diretor da PJ para integrar o Gabinete de Recuperação de Ativos, uma unidade de elite da Judiciária especializada no combate ao crime económico.
Esta terça-feira, às oito da manhã em ponto, a inspetora terá de apresentar-se ao serviço na diretoria do norte da Polícia Judiciária. “Não sabemos se vai integrar esse gabinete porque entretanto deve ter sido nomeada outra pessoa, mas seguramente que a minha constituinte vai apresentar-se porque tem a consciência absolutamente tranquila”, sublinha em declarações ao Expresso a sua advogada, Mónica Quintela.
A inspetora, que estava acusada de vários crimes, entre os quais homicídio qualificado, foi totalmente absolvida esta segunda-feira tarde, no Tribunal de Coimbra. “Não ficámos supreendidas porque defendemos a inocência desde o início do julgamento”, insiste Mónica Quintela. “O resultado não podia ser outro.”
O Ministério Público, que tinha pedido a pena máxima de 25 anos de prisão, vai recorrer da absolvição. Uma fonte da PJ explica que a inspetora estava afastada do serviço “por decisão do tribunal” e que a medida de coação “cessa com a absolvição”.
O processo disciplinar interno da PJ está suspenso “até que a decisão transite em julgado”. Isto é, até que todos os recursos se esgotem. Até lá, Ana Saltão, que passou seis meses em prisão preventiva, será reintegrada e voltará a ter uma arma de serviço.
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