Jardim avança com expulsões no PSD-Madeira

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Alberto João Jardim revelou ontem que já foram instaurados processos disciplinares a diversos militantes do partido e até deu um exemplo: Humberto Vasconcelos, ex-presidente da Câmara Municipal de São Vicente. A acusação é sempre a mesma: participação em atos de campanha dos adversários. A ameaça de eliminar a tomada do partido por dentro já começou.

Miguel Albuquerque não está na lista dos militantes a expulsar, mas Alberto João Jardim não está mais para aturá-lo. A decisão terá sido tomada esta madrugada, na reunião da comissão política do PSD-Madeira.

“Regime bateu no fundo”

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Jardim também já encontrou as razões para o desaire eleitoral dos sociais-democratas nas autárquicas: houve compra de votos na Madeira e financiamentos estranhos às campanhas dos adversários. No fim da reunião da comissão política do PSD – que durou quatro horas -, o líder do partido garantiu que vai avançar com uma proposta de revisão constitucional. O resultado das eleições é, segundo diz, a prova de que o “regime bateu no fundo” e Portugal “precisa de uma democracia decente”.

Além de se insurgir perante os números da abstenção, Jardim denunciou a compra de votos com gorjetas e com o pagamento de viagens de Londres só para votar, deu até exemplos destes casos e sublinhou que é tudo muito diferente da distribuição de materiais de construção que o Governo faz. O que fez a oposição exige uma revisão constitucional, assim como é preciso investigar os financiamentos de algumas campanhas. O presidente do PSD lembra que, em Portugal, há limites para as campanhas e na Madeira houve gastos absurdos.

Quem os fez, claro, foi a oposição já que o PSD, através da subvenção da Assembleia de cerca de três milhões euros ao ano, tem tudo dentro da lei e de forma transparente. Aliás, nestas eleições, os sociais-democratas só terão errado na estratégia de descentralizar a campanha e numa ou outra escolha para listas. Não nos candidatos a presidente de Câmara, que esses eram os melhores, mesmo depois de ter perdido sete das onze câmaras da região.

E os culpados são…

O desaire ficou a dever-se à compra de votos, às campanhas dispendiosas da oposição e, claro, ao desemprego que a austeridade de Lisboa impõe à Madeira. Jardim já tomou algumas medidas. Logo na segunda-feira mandou um ofício para Lisboa, para o Governo da República apressar os pagamentos. Se houver dinheiro, as obras das vias rápidas podem recomeçar.

Os membros da Comissão Política, escolhidos por Jardim em novembro do ano passado, decidiram manter o calendário como estava previsto: eleições diretas a 19 de dezembro de 2014, congresso a 10 de janeiro de 2015. Para já, fica tudo como dantes dentro do PSD-Madeira, pelo menos até ao conselho regional de 9 de novembro, órgão que poderá decidir se há ou não congresso eletivo antes de 2015.

Entretanto, Miguel Albuquerque, ainda presidente da Câmara do Funchal, tem uma conferência de imprensa marcada para esta sexta-feira, dia 4.

Marta Caires (Rede Expresso)

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