Uma escola mais pequena na Vila da Luz e a desistência de requalificar as instalações da EB 2,3 nº1 de Lagos são as decisões da câmara municipal, face às conclusões do estudo sobre a evolução da população escolar no concelho. O documento revela que o número de alunos nas escolas do município tem vindo a registar um decréscimo assinalável.
Depois de tomar conhecimento das conclusões de um estudo elaborado pela Direção Regional de Educação do Algarve (DREAlg), a câmara de Lagos decidiu alterar o projeto da escola EB1+JI da Vila da Luz. Assim, ao contrário do que estava inicialmente previsto, o equipamento escolar a construir terá o número de salas de aula reduzido, uma vez que o estudo conclui que “a população escolar do concelho tem vindo a registar um decréscimo assinalável desde o início deste projeto”.
O centro escolar da freguesia da Luz, que compreende as valências de pré-escolar e 1.º ciclo e servirá as crianças de toda a freguesia, incluindo as oriundas das povoações de Espiche e Almádena, tem um custo estimado de 1,5 milhões de euros e beneficia de uma comparticipação do QREN na ordem dos 40 por cento. A obra representa a última ação do Plano de Reordenamento e Ampliação da Rede Escolar de Lagos, iniciado há cerca de oito anos.
Por outro lado, a autarquia anunciou que não vai proceder às obras de requalificação e reativação das antigas instalações da EB 2,3 nº 1 de Lagos (localizadas na zona de São João). Na base desta decisão está novamente o estudo da DREalg.
A câmara de Lagos explica que as turmas de 3º ciclo do ensino básico da EB Tecnopolis, atualmente excedentárias face à capacidade deste estabelecimento de ensino, poderão ser encaminhadas para a escola secundária Júlio Dantas que verá, por força das obras de ampliação que estão a ser realizadas, a sua capacidade aumentar de 44 para 57 turmas.
“Feitas as contas, a capacidade total de acolhimento das quatro escolas do concelho (Tecnopolis, Naus, Gil Eanes e Júlio Dantas), que em 2012/2013 será de 157 turmas, mostra-se superior ao total de turmas previsto (146)”, adianta a autarquia, frisando que “a capacidade de acolhimento dos equipamentos escolares permitirá acomodar toda a população escolar que frequenta o 2º, 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário do concelho”.
Segundo a DREALg, há uma tendência de diminuição do número de alunos no concelho, que se tem mostrado mais expressiva, desde o ano letivo de 2007/2008, na população escolar no 1º ciclo, que regista uma diminuição efetiva em cerca de 140 alunos deste ciclo.
“Apesar de, no presente ano letivo, a frequência do 2º ciclo ainda registar alguma estabilidade, prevê-se que o decréscimo da população escolar do 1º ciclo venha a influenciar, nos próximos anos letivos os restantes ciclos de ensino”, conclui a direção regional, rematando que, desde 2007/2008, o 3º ciclo também já apresenta um decréscimo na frequência escolar correspondente a 50 alunos.
