Não conta obrigatoriamente para nota, mas tem a mesma dimensão e a mesma logística de um exame nacional: esta quarta-feira, à mesma hora, em 1325 escolas do país, 121 mil alunos vão testar conhecimentos a Inglês, realizando o teste Key for Schools, concebido pela Universidade de Cambridge.
Recorrendo a uma espécie de parceria público-privada – várias empresas estão associadas e asseguram os custos do projeto no caso da ‘venda’ de certificados não ser suficiente para pagar a Cambridge -, o Ministério da Educação criou assim mais uma avaliação externa, obrigatória para os alunos do 9.º ano e sem encargos para a tutela. O objetivo é medir o grau de domínio do Inglês mas não só. Quem quiser pode pedir o certificado do Cambridge English Language Assessment, que atesta internacionalmente o nível de conhecimentos.
O diploma, reconhecido por instituições de ensino e empresas de todo o mundo, custa 25 euros. Os alunos mais carenciados estão isentos ou pagam apenas metade, consoante estejam no escalão A ou B da ação social escolar. A realização da prova e obtenção do certificado estende-se igualmente aos jovens que frequentam do 6.º ao 12.º anos, mas com carácter facultativo.
O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) não divulga números, mas apenas percentagens. E que indicam que a adesão aos certificados se ficou nos 66% entre os alunos do 9.º ano. Entre os alunos mais novos, houve 13% a pedir o diploma. A estes juntam-se 21% de níveis de ensino acima do 9.º ano.
Por agora, o teste que vai ser aplicado aponta para uma certificação de nível “elementar” (A1 do Quadro Europeu de Referência para as Línguas) e que, em princípio deveria ser atingido por qualquer aluno do 7.º ano. Mas quem tiver mais de 90% consegue uma certificação de nível B1, correspondente ao “utilizador independente” e que é a referência para quem está no 9.º ano.
O IAVE decidiu avançar com prudência e espera aumentar o nível de exigência no próximo ano, justifica o diretor do instituto, Hélder Sousa.
20 páginas de instruções
Nas escolas há muito que o dia de hoje foi preparado. Entre vigilantes dos testes (cerca de 17.500), preparação de salas, espaços para a receção dos testes escritos e do material áudio que também irá ser utilizado, a logística é em tudo semelhante à de um exame nacional.
Às 14h (13h nos Açores) e durante 70 minutos, os 121 mil alunos começam a responder às perguntas de leitura e escrita. Segue-se depois mais meia hora para testar a compreensão oral.
As instruções para a aplicação dos testes estão espalhadas ao longo de um manual de 20 páginas. As regras são escritas por Cambridge, o IAVE traduziu-as e adaptou-as. Há professores a criticarem o excesso de zelo – as instruções passam pela indicação do tipo de lápis (B ou HB) que pode ser utilizado até à proibição de comer ou beber durante a realização do teste, “com exceção de água em garrafa de plástico”- mas a verdade é que o formalismo é em tudo idêntico ao das provas nacionais.
No caso das normas deste ano, o Júri Nacional de Exames divulgou agora um manual de realização e classificação dos testes do básico e secundário com mais de 100 páginas.
Além do teste escrito desta quarta-feira, o Key for Schools implica ainda provas orais obrigatórias que já se iniciaram em algumas escolas.
Os resultados do teste de hoje são conhecidos a 3 de junho.
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