Marroquinos que desembarcaram em Monte Gordo ainda sem estatuto

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Os oito marroquinos que desembarcaram no Algarve há exatamente um mês, conforme noticiou o Jornal do Algarve, ainda não sabem se lhes vai ser atribuído o estatuto de asilo. Disse uma Fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ao JN, sublinhando que os pedidos de proteção internacional estão em fase de instrução, não lhes tendo sido atribuído, até à data, qualquer estatuto.
Fonte do Centro Português para os Refugiados (CPR), que tem acompanhado o grupo, diz que essa decisão pode demorar “vários meses” ou até um ano. Para já, a mesma fonte revela que os jovens estão a viver num hostel em Lisboa, custeado pelo CPR (só o menor, de 16 anos, está num centro de acolhimento) e que “a adaptação tem corrido bem”. O grupo vai começar a aprender português, apesar de o menor ainda não estar na escola.
O empresário de Baião que manifestou disponibilidade para dar emprego aos jovens marroquinos, entre os 16 e os 26 anos, continua com as vagas em aberto. Paulo Portela, administrador da Vialsil, empresa que opera no ramo da construção e conservação de obras públicas, disse ao JN que espera até ao final do mês receber uma delegação do SEF que irá avaliar as condições propostas para acolher os rapazes.
“Manifestei a vontade de acolher os jovens e de lhes dar emprego, mas até agora o processo não avançou. Espero, tal como prometido pelo SEF, em resposta via email, por uma reunião ainda este mês na qual os inspetores irão avaliar as condições disponibilizadas pela Vialsil para acolher estes ou outros migrantes que necessitem de uma oportunidade de integração”, explica Paulo Portela.
Os jovens que deram “à costa” em Monte Gordo, a 11 de dezembro, permanecem sob alçada das autoridades portuguesas. Para já nenhum deles está a trabalhar, tendo direito, além, do alojamento, a 150€ mensais para despesas pessoais, apoio medicamentoso, acesso ao banco de roupa e banco alimentar.
Há um mês, a Vialsil disponibilizou-se para acolher os migrantes devido “à falta de mão de obra”, pelo que esses migrantes seriam bem-vindos. Da nossa parte, o único problema tem a ver com o facto de um deles ter somente 16 anos e, nesse caso, face à legislação, não podemos empregá-lo”, explicou, na ocasião, Paulo Portela.
O empresário, que atualmente conta com cerca de 70 trabalhadores entre os quais sete indianos e um vietnamita, pretende contratar mais estrangeiros. “Na admissão pagamos mais 20 euros que o ordenado mínimo nacional e damos cartão de saúde e habitação por meio ano”, disse.
Findo esse período de adaptação, o migrante fica responsável por contratualizar habitação. “Na casa onde está ou noutra que possa arrendar no mercado. O nível salarial vai progredindo até aos 950 euros, que é o valor que de momento podemos pagar”, disse.

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