“Melhor Filme Nacional” do Festival de Cinema de Arouca entregue a jovens de Almancil

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A curta-metragem “Comando” produzida por um grupo de jovens de Almancil arrecadou o prémio de “Melhor Filme Nacional” no Festival de Cinema de Arouca. Esta foi de resto a curta-metragem que serviu de mote para uma entrevista que estes jovens deram ao Jornal do Algarve em abril deste ano.
Este trabalho já arrecadou vários prémios pela sua qualidade e tem arrecadado a curiosidade de muitos quando sabem que o filme foi filmado em dois dias e custou 27 euros.
No último ano e meio, “O Comando” já arrecadou os seguintes prémios: “Melhor Produção Nacional de 2010” na gala anual do Shortcutz Lisboa, onde foi também nomeada para “Melhor Direção de Arte”; “Melhor Curta do Mês” no Shortcutz Porto; “Melhor Realização” no Festival de Curtas do Algarve; e ainda no passado mês de setembro, “Melhor Filme Nacional” no 9º Festival Internacional de Cinema da Arouca.

Recuperamos a peça publicada no Magazine JA em abril deste ano sobre estes jovens

Cinema Independente algarvio tem “nova luz”

 

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O cinema independente tem uma equipa fora do comum no Algarve, mais exatamente em Almancil. Quinze jovens apaixonados pelo cinema dedicam o seu tempo livre a preparar e fazer pequenos filmes. Passados dez anos de trabalho e muita imaginação para ultrapassar os custos desta paixão começam a ganhar espaço próprio e prémios em alguns festivais que têm selecionado as suas curtas-metragens. O JA Magazine foi conhecer melhor os New Light Pictures

 

 

A paixão pelo cinema uniu um grupo de amigos em Almancil desde tenra idade. Com muita dedicação, imaginação, desenvoltura, engenho e espírito de sacrifício, começaram por volta dos 14, 15 anos a fazer pequenos filmes com uma câmara de vídeo barata como explicaram ao JA Magazine.
Hoje, intitulam-se New Light Pictures (NLP) e passados 10 anos de trabalho e evolução já contam com 24 trabalhos.
No final de Janeiro participaram na cerimónia de entrega de prémios do festival de curtas-metragens de Lisboa, o Shortcutz Lisboa, onde arrecadaram o prémio para “melhor Produção de 2010” e foram nomeados para “Melhor Curta do Mês” e “Melhor Direção de Arte de 2010”.
“Em 2010, fizemos «O Comando» que levámos a alguns festivais. Foi a concurso no meio de produções muitas delas de profissionais e pessoas que estudaram cinema e que têm meios. E nós estávamos no meio deles”, recorda Patrício Faísca, fundador da equipa, lembrando que a NLP conta com um membro formado em fotografia, um operador de câmara com formação. Os outros elementos têm na sua ânsia de saber e no gosto de fazer cinema a sua grande arma. Nelson Mendonça comenta com satisfação que um dos trabalhos já exibido numa aula de um curso de cinema e na London Film Academy. Para breve está a exibição do “Comando” nas redes da Shortcutz em Londres e em Berlim.
Mas já em 2009 a equipa viu o seu trabalho ser evidenciado pela Sic Radical com a curta-metragem “Vila Gondra” que serviu de destaque para o oitavo aniversário do canal.
Conseguir resultados cada vez melhores e trabalhos mais interessantes é o objetivo deste grupo que para conseguir terminar um projeto não se coíbe de pegar literalmente numa enxada e cavar trincheiras. Situação que aconteceu na preparação do local de filmagens que utilizaram para a curta-metragem “Comando”.
Não se deixando derrotar pela falta de recursos, pesquisam soluções e constroem equipamentos de apoio às filmagens inesperados e estudam formas de fazer efeitos especiais que surpreendem o espectador que vê o vídeo onde recordam a preparação das curtas, tendo em conta os resultados visuais do trabalho final.
No blogue da equipa tentam divulgar o trabalho que fazem e aproximar-se do público. Nele frisam: “Não temos financiamento. Não temos orçamentos. Não pagamos a ninguém. Tanto a equipa técnica como o elenco suportam as suas próprias despesas. Usamos o nosso próprio equipamento, comprado com os nossos parcos recursos pessoais”.
“Sempre foi feito por gosto. Eu pessoalmente sempre quis fazer disto a minha vida”, diz Patrício Faísca. Sabemos que é difícil e é por isso que estamos a começar a apostar em projetos mais comerciais.

 

 

 Fazer mais e melhor está na essência da NLP

 

Ganhando consciência de que o trabalho que fazem tem vindo a ser reconhecido, os NLP querem agora preparar-se para dar um salto. Para já, estão a começar a disponibilizar os seus recursos para fazer trabalhos audiovisuais comerciais ao mesmo tempo que recorrem às redes sociais e ao blog www.newlightpictures.net como forma de promoção e divulgação.
“Tentamos trabalhar de forma independente e dar o máximo ao público, ou sejam para além das curtas-metragens também oferecemos extras e tentamos mostrar a forma como trabalhamos”, comenta Patrício Faísca.
Conscientes que para dar o salto qualitativo que anseiam não vão chegar os orçamentos de 27 ou 65 euros que tiveram para o “Comando” e para “Vila Gondra”, respetivamente, querem criar uma associação sem fins lucrativos que lhes permita receber patrocínios e apoios.
Patrício Faísca admite que até ao momento a equipa tem ficado limitada em termos de argumentos por causa da falta de recursos. “Os guiões que tentámos trabalhar mais aprofundadamente não conseguimos levar por diante exatamente por falta de recursos. Ou seja, nós até a escrever um argumento temos de estar limitados aos recursos que temos”, explica.
Também na lógica da divulgação para diferentes públicos, apostam na legendagem dos seus filmes.
Até ao momento, têm tido apoio logístico para situações específicas da Câmara Municipal de Loulé e da Associação Social e Cultural de Almancil.
Já foram feitos contactos com a Algarve Film Commision que se mostrou disponível para divulgar o trabalho e a NLP e a ajudar em esclarecimentos técnicos.
Na calha está já mais uma curta-metragem cujos detalhes preferem não revelar.
JA/ Sofia Cavaco Silva
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