Mercado acumulou dívidas de 13 milhões e administração quer subir taxas a operadores antigos

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O Mercado de Faro acumulou dívidas de 13 milhões de euros nos últimos anos e o atual Conselho de Administração diz que a única solução é aumentar as taxas aos operadores antigos para subir a receita mensal.

Segundo o Conselho de Administração (CA) do mercado municipal, se as taxas fossem atualizadas a receita mensal subiria de imediato de 82 000 para 93 000 euros.

“Quando se passou do mercado antigo para o novo houve um aspeto social que não permitiu que se aumentasse as rendas, mantiveram-se rendas de há 15 e 18 anos atrás. O nível de receita que o mercado tem é díspar”, disse, em declarações à Lusa, o presidente do CA do Mercado de Faro, Francisco Paulino.

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“Há restaurantes que faturam 600 mil euros por ano e têm uma renda de 200 euros. É para isso que chamamos a atenção”, acrescentou.

Como exemplo das disparidades entre as taxas pagas, a administração aponta os 2,29 euros por metros quadrado (independente da área de negócio) pagos pelos operadores antigos e os 12 euros (lojas e restaurantes), 8,98 euros (pescado e charcutaria) e 3,89 (fruta e outras áreas) pagos pelos novos operadores.

“Sem atualização de rendas que permita equilibrar as finanças não sei qual é o caminho que o mercado pode seguir”, afirma Francisco Paulino, recordando que qualquer aumento será tentado “pela via do diálogo” com os operadores, uma vez que estes “estão almofadados em contratos que não foram totalmente bem feitos pela anterior administração”.

A administração aponta ainda a difícil situação financeira da empresa, nomeadamente perante a banca, e diz que as contas já chegaram a um ponto que impossibilita a assumpção dos compromissos financeiros mensais, como é o caso da limpeza do edifício, serviços já suspensos.

“A situação foi espoletada com a rescisão de contrato da empresa que fazia a limpeza, que entre junho 2008 e novembro de 2009 não recebeu qualquer mensalidade. Isto fez com que a dívida para com a empresa atinja quase 200 mil euros”

Para conseguir cumprir a limpeza o presidente da administração diz que está em conversações com a autarquia.

“Estamos junto da autarquia a tentar criar uma equipa de pessoas afetas à Câmara de Faro que se possam transferir para o mercado para fazer essa função”, explicou.

O mercado tem uma despesa fixa mensal de 107 000 euros, entre juros, pagamentos a fornecedores e prestações de serviços de manutenção e a administração admite que, se conseguir negociar com a banca e dilatar o pagamento de um para 20 anos será possível baixar o encargo mensal.

“O caso da banca é paradigmático. Então a construção do mercado custou 11,3 milhões de euros e faz-se um contrato a curto prazo de um ano para pagar?”, questionou.

O mercado chegou a ter uma sociedade gestora composta por três acionistas: SIMAB – Sociedade Instaladora de Mercados Abastecedores, Câmara Municipal de Faro e MARF – Mercado Abastecedor da Região de Faro.

Contudo, por incompatibilidades com a forma de gestão diária do mercado, em junho de 2009 tanto a SIMAB como o MARF saíram da sociedade, ficando o município como único acionista

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