No dia em que a bandeira da Crimeia foi içada no Parlamento, em Moscovo, o Presidente interino da Ucrânia deu ordem aos seus militares e familiares para abandonarem a península anexada na sexta-feira passada pela Rússia.
“O Conselho Nacional de Defesa e Segurança ordenou ao ministro da Defesa a retirada das forças na Crimeia e das suas famílias”, disse esta segunda-feira Oleksander Turchinov no Parlamento em Kiev, capital da Ucrânia.
Segundo Igor Tenyukh, ministro interino de Defesa ucraniano, a 21 de março, dia em que o território foi oficialmente anexado pela Rússia, permaneciam na Crimeia menos de dois mil militares da Ucrânia, península onde chegaram a ter 18 mil homens.
A ordem para retiraada surge depois de terem sido tomadas, nos últimos dias, diversas bases militares da Ucrânia nesta península do Mar Negro. Até agora, milhares de militares ucranianos assistiram, sem reagir, à tomada das suas unidades por forças russas, mas o governo de Kiev teme pela segurança dos seus homens no terreno.
Esta madrugada, militares russo armados com granadas e metralhadoras, apoiados por dois helicópteros, tomaram de assalto um dos últimos símbolos da resistência ucraniana, a base naval do porto de Feodosia.
As forças russas já controlavam uma parte desta unidade, desde o início de março, mas o primeiro batalhão de fuzileiros ucranianos, uma força de elite, ainda controlava o paiol, entre outros edifícios.
Partem os militares da Ucrânia da Crimeia e chega o ministro da Defesa russo para inspecionar as instalações militares. Sergueï Choïgou, o primeiro alto responsável do poder russo a visitar a Crimeia desde a sua anexação pela Rússia, encontrou-se com oficiais ucranianos que se mostraram fiéis à Rússia e garantiu-lhes que poderão beneficiar de todas as vantagens sociais dos militares russos e servir em todas as regiões do país.
Pelo menos 147 unidades militares na Crimeia têm hasteadas bandeiras da Rússia e já pediram para se juntarem às forças armadas russas.
RE
