“Não há condições para eleições em 2013”

ouvir notícia

.

Esmagada pelas dívidas e sem dinheiro para investimentos, a Câmara de Portimão está no topo das autarquias em rutura financeira. Segundo o presidente do PSD/Portimão, os socialistas devem ser responsabilizados por esta “situação única em todo o Portugal”, já que estão no poder há mais de três décadas. “O cenário de ilusão e mentira terminou”, frisa Pedro Castelo Xavier, salientando que não estão reunidas as condições para eleições no município de Portimão até ser revelada a verdadeira dimensão da dívida da câmara

Jornal do Algarve – Após ter sido reeleito presidente do PSD/Portimão, a 10 de agosto, focou-se imediatamente nas próximas eleições autárquicas, marcadas para outubro de 2013. Qual é a estratégia do PSD para destronar os socialistas da autarquia que governam há mais de trinta anos?
Pedro Xavier – O período que antecede as próximas eleições autárquicas deve ser de reflexão para todos nós. O interesse do PPD/PSD/Portimão é o bem-estar da população do concelho. Não está em causa o poder pelo poder, mas sim ser-se correto e apresentar soluções governativas aos cidadãos. Dizer a verdade é fundamental. É necessário uma política de valores e princípios para todos os munícipes com base na igualdade.

J.A. – O atual presidente Manuel da Luz não poderá recandidatar-se devido à limitação de mandatos. Esse pode ser um ponto a favor do PSD em Portimão?
P.X. – O PPD/PSD/Portimão é o maior partido da oposição, tem sido o principal responsável pela oposição à gestão danosa do município de Portimão e vai continuar a sê-lo ainda com mais determinação e com a razão que lhe assiste.

- Publicidade -

J.A. – Que avaliação faz da gestão dos cerca de doze anos de presidência de Manuel da Luz?
P.X. – Gestão ruinosa. Destruiu-se em poucos anos toda a estrutura financeira do município e das empresas municipais. Tem que haver culpados, o Partido Socialista é o responsável por tudo e deverá ser o Partido Socialista a destruir o monstro por ele criado. O município de Portimão é certamente um “case study”.

J.A. – A Câmara de Portimão está a atravessar uma situação crítica. A oposição tem vindo a denunciar que a autarquia está a acumular dívidas atrás de dívidas. A situação financeira é muito grave, na sua opinião?
P.X. – Sabemos que o município de Portimão está num quadro financeiro totalmente destruído. Os resultados operacionais mensais globais crescem negativamente à razão de três milhões de euros, o passivo ultrapassa os 300 milhões, representando um valor de 1000 por cento relativamente às receitas correntes do município. Situação única em todo o Portugal! Levou ao encerramento de muitas empresas do tecido empresarial local e muitas outras estão em pré-falência, empurrando o desemprego para valores históricos.

J.A. – Qual é o montante total dessas dívidas? E pode dar exemplos concretos de gastos aparentemente desnecessários?
P.X. – Não se conhece as contas consolidadas do município de Portimão para o ano de 2011, mas estimamos em mais de 300 milhões. Os dinheiros públicos são de todos nós, cidadãos, e deverá ser aplicado com maior racionalidade em prol da eficiência e do bem-estar das suas populações. Analise-se os milhões gastos em estudos e festas.

J.A. – Nas últimas eleições autárquicas (2009), o PS conquistou mais de 55 por cento dos votos, contra os 25 pontos percentuais do PSD. Ou seja, os socialistas tiveram mais do dobro dos votos. Como é que o PSD vai alterar este cenário desfavorável e vencer uma câmara que é tradicionalmente socialista desde as primeiras eleições?
P.X. – O cenário de ilusão e mentira terminou. O Partido Socialista é um saco de gatos onde todos querem manter o seu status politico nas próximas eleições. O caminho faz-se caminhando, faz-se com verdade. A politica com correção é fundamental, com princípios e valores.

J.A. – Considera, portanto, que o executivo do PS não vai conseguir responder às dificuldades financeiras que assolam a autarquia portimonense?
P.X. – O Partido Socialista não tem essa capacidade. O monstro cresce mensalmente, e é financeiramente insustentável, o cenário é indescritível financeiramente.

J.A. – Se o PSD vencer as eleições em outubro de 2013, o que vai mudar em Portimão?
P.X. – A nossa politica é – e será sempre – pela correção. É necessário pagar aos fornecedores. Os dinheiros públicos que são de todos nós deverão ser aplicados com base na igualdade e racionalidade. Os próximos anos vão ser muito difíceis para os portimonenses. Ser responsável é não fazer promessas quando não se pode cumprir, e o PPD/PSD/Portimão não entrará em cenários de ilusão.

J.A. – Quais são as prioridades para o município de Portimão? E qual elegeria como a primeira medida?
P.X. – Em primeiro lugar, não estão reunidas as condições para eleições no município de Portimão. Todos nós temos que conhecer o verdadeiro monstro e, neste momento, estão a decorrer mais duas inspeções ao município de Portimão, do Tribunal de Contas e da Inspeção-geral das Finanças. Temos um cenário muito idêntico à gestão socialista da Câmara Municipal de Lisboa, onde a solução passou por um empréstimo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no valor de 500 milhões. Mas Portimão não é Lisboa!

J.A. – Então, como será resolvido o problema da dívida da câmara?
P.X. – Uma boa questão para ser colocada ao Partido Socialista.

J.A. – O partido está preparado para assumir os destinos do município? E já tem candidato à presidência?
P.X. – O PPD/PSD/Portimão não tem pressa. É necessário responsabilidade em todo o processo autárquico. O tempo é de analise e reflexão, porque o caminho faz-se caminhando. No entanto, deixo uma certeza: serão escolhidos os mais capazes e competentes para enfrentar este desafio autárquico.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.