Com o apoio da Sociedade Polis Litoral Sudoeste, da câmara de Aljezur, da Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur e da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, estão em curso os trabalhos relativos à campanha de escavações arqueológicas, que se iniciaram em julho e que abrangerão todo o mês de agosto.
O Ribat da Arrifana, fundado pelo mestre sufi lbn Qasi em cerca de 1130, e localizado na denominada Península da Ponta da Atalaia, cinco quilómetros a poente de Aljezur, seria identificado apenas há cerca de dez anos, pelos arqueólogos e historiadores Rosa Varela Gomes e Mário Varela Gomes (Universidade Nova de Lisboa).
Ibn Qasi foi contemporâneo de D. Afonso Henriques, com quem estabeleceu pacto de não agressão, permitindo àquele conquistar os territórios entre Mondego e Tejo.
O Ribat da Arrifana integra um local com grande beleza natural, que estimulou o mestre sufi da Arrifana e seus seguidores na reflexão metafísica e no desejado encontro com Deus.
A campanha atualmente em curso tem como principais objetivos prosseguir com o reconhecimento de conjunto de estruturas na zona mais ocidental da Ponta da Atalaia, onde também se integra a necrópole, bem como verificar a extensão daquele acervo edificado, de modo a que possa ser convenientemente integrado na musealização deste arqueositio.
Antecederam esta, outras nove curtas campanhas de escavações, que puseram a descoberto as ruínas de oito mesquitas e de diversas instalações com elas relacionadas, de minarete, muro de orações, tal como de necrópole.
Também proporcionaram o achado de numerosos objetos, tanto relacionados com a vida quotidiana ali decorrida como com diferentes manifestações de caráter religioso.