Passos só não apresenta moção de censura por causa das presidenciais

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O presidente do PSD afirmou, segunda-feira, em Rio Maior, que, se não fossem as eleições presidenciais, estaria hoje a apresentar uma moção de censura ao Governo e não a discutir se deixava ou não passar o Orçamento do Estado (OE).

Pedro Passos Coelho, que hoje participou num jantar comemorativo do primeiro ano de mandato da presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Isaura Morais, disse ser incompreensível que, depois de todos os cortes anunciados e mesmo com o OE aprovado, agências como a Standard&Poors continuem a colocar o défice em 8,8 por cento no final do ano.

“Deixem-me dizer-lhes, se não estivéssemos em vésperas de eleições presidenciais, o que hoje estava a discutir em Portugal não era se deixávamos passar o Orçamento ou se o chumbávamos, era a apresentação de uma moção de censura a este Governo”, afirmou.

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O líder social democrata lembrou que, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, até junho o défice era de 9,5 por cento, contra os 9,3 por cento de 2009. Mas antes das eleições de há um ano foi anunciado um valor de 5,7 por cento, recordou, questionando a seriedade do ministro das Finanças.

“Com este ministro das Finanças sabemos que Portugal pode dormir descansado”, ironizou, questionando como pode o défice estar em 9,5 por cento num ano em que o Governo congelou salários e admissões na Administração Pública, aumentou o IVA e cortou nas transferências para as autarquias.

Para Passos Coelho, não é possível consentir que o Governo apresente um plano de austeridade em que “só as pessoas e as empresas é que apertam o cinto e o Estado não aperta nada”.

“A quem estamos entregues? O que se passa em Portugal? Que Governo é este? Que equipa é esta? Que primeiro ministro? Que ministro das Finanças temos que depois do aumento de impostos, de se congelarem salários, se baixarem comparticipações nos medicamentos, se tirar dinheiro às autarquias, depois disto tudo, vamos acabar com um défice de 8,8 em Portugal?”, perguntou.

Referindo-se ao alegado custo inesperado com os dois submarinos, Passos Coelho afirmou que, a partir de 2013, o Governo socialista vai deixar aos portugueses “100 submarinos para os próximos 25 anos”.

O que representa, alega, “entre 1,5 e 2 mil milhões de euros todos os anos, durante 25 anos, por causa das parcerias público-privadas e por causa do TGV, são quatro submarinos, todos os anos, durante 25 anos”.

Para Passos Coelho, o país está a viver num ambiente de “irracionalidade, irresponsabilidade e inconsciência”.

E, mesmo assim, “tanta gente em Portugal, podendo-se voltar para o engenheiro Sócrates e para o PS, que está a governar, se vira para o PSD”, lamentou, descortinando nesta atitude um reconhecimento de que os sociais democratas têm que ser “mais conscientes, mais competentes e mais responsáveis do que eles algum dia serão”.

Segundo Passos Coelho, essas vozes que agora se viram para o PSD esperam “o bom senso que o PS nunca teve enquanto governou o país”.

JA/AL

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