A CDU de Portimão justificou esta quarta-feira que a abstenção na votação das moções de censura do CDS e PSD contra Isilda Gomes na Assembleia Municipal se devem ao facto de ainda não haver decisão judicial ou administrativa no quadro dos inquéritos que estão em curso.
Em causa está a toma da vacina anti-covid por parte da presidente da Câmara, justificada pela própria e pelos órgãos administrativos regionais que tutelam a vacinação pelo facto de Isida Gomes ser voluntária numa das estruturas de acolhimento de doentes com covid-19 no concelho.
Em comunicado, a CDU afirma que não quis “dar carta branca a uma moção de censura que colide com princípios democráticos que a CDU repudia, de condenação sem apelo nem agravo”.
“A CDU, também não ajudará o Servir Portimão a promover a figura da Dra. Isilda Gomes, vitimizando-a, e muito menos embarcará em reações populistas e politicamente censuráveis”, acrescenta.
Salientando que a CDU – Coligação Democrática Unitária – PCP- PEV e o Partido Comunista Português, em particular, não recebem lições de democracia do Grupo Municipal da Coligação Servir Portimão (CDS-PP/MPT/PPM)., os comunistas asseguram que “tanto é censurável quem ‘usufrui’ indevidamente da vacina como quem pretende tirar dividendos políticos dessa ação”.
“A toma da vacina pela Presidente da Câmara de Portimão, bem como a responsabilidade de quem a disponibilizou, circunstâncias que se encontram em inquérito, são questões, neste momento, do foro penal e inspetivo, cuja responsabilidade será apurada em tal sede”, afirma a CDU.
Acentua que, para a votação favorável da moção de censura e respetivo juízo político pela CDU, a Assembleia Municipal teria de conhecer os factos concretos em que ocorreu. “Ora, até à presente data não foi remetida qualquer informação escrita quer pelo CHUA, quer pela ARS ou ainda pela Sra. Presidente, para que a Assembleia Municipal pudesse fazer o juízo político adequado, sem cair em derivas populistas”.
“A CDU considera que o que é realmente importante é a vacinação, o mais breve possível, de todos os portimonenses e não o pérfido aproveitamento político de uma ação aparentemente errada da Presidente da Câmara Municipal”, acrescenta.
As moções de censura apresentadas pelos partidos mais à direita na Aseembleia Municipal, em votações por voto secreto, foram ambas reprovadas por 12 votos contra 10 e contaram com duas abstenções, presumivelmente dos deputados da CDU.