PSD Algarve acusa PS de mentir sobre data de conclusão da eletrificação da Linha do Algarve

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O PSD Algarve acusou esta terça-feira os socialistas João Galamba e Pedro Nuno Santos de terem mentido “com todos os dentes” quando apontaram o ano de 2024 como data para a conclusão da eletrificação da Linha do Algarve.

“Mentiram ambos e mentiram com consciência, descaradamente e sem qualquer resquício de ética”, afirmou Cristóvão Norte, presidente dos sociais-democratas algarvios, citado num comunicado.

O agora deputado do PS João Galamba garantiu numa visita ao Algarve, em 23 de outubro passado, quando ainda era ministro das Infraestruturas, que a obra de eletrificação da linha ferroviária do Algarve seria concluída no próximo ano.

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“Contamos ter esta eletrificação concluída durante o ano de 2024 e tentaremos que aconteça tão cedo quanto possível. É possível terminar ainda no primeiro semestre. Já sabemos como estas coisas são, não me quero comprometer com uma data, mas [será] seguramente no ano de 2024”, disse, na altura.

Para Cristóvão Norte, este anúncio feito pelo socialista João Galamba “vem na senda do seu antecessor, Pedro Nuno Santos, que há um ano tinha assumido a sua conclusão até ao final de 2023, sem que alguma vez isso tivesse sido possível”.

O PSD sustenta a acusação aos socialistas no anúncio publicado na segunda-feira em Diário da República referente ao procedimento para a empreitada de conceção e construção da subestação de tração de Olhão.

O anúncio de procedimento n.º 20234/2023, de 27 de novembro, estabelece uma empreitada em regime de conceção construção da subestação de tração de Olhão, procedimento com um valor base de 17 milhões de euros e um “prazo inicial sem incluir renovações” de 660 dias.

Segundo o dirigente regional do PSD, sem esta obra “não pode haver eletrificação da linha, pois não há energia”, explicando que esse concurso público, para além de um prazo de 45 dias para entrega de propostas, estabelece um prazo de 660 dias para a realização da empreitada.

“Quem sabe destes procedimentos, sabe que, mesmo que os prazos sejam escrupulosamente cumpridos, se juntarmos os vários momentos concursais e de apreciação de propostas, o processo nunca demorará menos de três anos”, sublinhou Cristóvão Norte, na mesma nota.

O social-democrata insiste que o anúncio da conclusão da eletrificação da Linha do Algarve em 2024, feita por João Galamba, “e repetida à exaustão pelo Partido Socialista, é mais um feio embuste, uma trapaça rasteira que se prega aos algarvios”.

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3 COMENTÁRIOS

  1. José Luís Carneiro (JLC) e Pedro Nuno Santos (PNS) não podem ter personalidades e posições políticas mais diferentes.
    Enquanto o primeiro se pauta pela ponderação, reflexão e prudência nas análises, as quais suportarão decisões mais sensatas, equilibradas e consensuais, e enverga as vestes de um verdadeiro sentido de Estado, o segundo segue o seu estilo próprio de impulsividade, que o caracteriza, com alguns flic-flacs recentes, de permeio, cujo tom vocal nos aparece, agora, neste período de disputa pelo lugar, “milagrosamente”, mais amaciado …
    Não existe nada pior para alguém que seja investido das funções de governante e das responsabilidades de decidir sobre matérias que mexem com a vida de cada um de nós do que a impulsividade e a impetuosidade na elaboração das decisões, pelas consequências, amiúde, negativas e erráticas que decorrem desse estilo.

    Não é, de todo, despiciendo o facto de PNS se ter recusado – de acordo com o que é um costume salutar e democrático nestas disputas – a um frente-a-frente com JLC, argumentando com o pretexto esfarrapado de que isso beneficiaria o PSD.
    Pelos vistos, para PNS é chato debater idéias, talvez porque as não tenha, definidas e claras para o cargo de responsável para que se candidata ou que as que tenha e não lhe seja favorável revelá-las.
    Em qualquer dos casos, foi grave e preocupante a sua recusa.

    Preferiu, igualmente, na sua entrevista, não responder e deixar que ficasse a pairar no ar um sintomático silêncio e uma inquietante dúvida para a maioria dos Portugueses que o ouviram, quando o entrevistador o questionou sobre se – no caso em que viesse a ser PM – teria intenção de reeditar uma segunda Geringonça, sendo, como é sabido e do conhecimento público, que foi ele o mentor e o estratega empenhado e ideológico da primeira Geringonça.

    A preocupação de muitos Portugueses faz todo o sentido, porque falamos de dois Partidos, o BE e o PCP, que são contra a UE, a NATO, ambos da extrema-esquerda, comunistas, para quem a iniciativa privada é diabolizada e apenas o que é estatal é incensado e cujas democraticidade e liberdade, de que tanto se reclamam, são zero, quando são poder – vide a defunta URSS, ou a China ou a Coreia do Norte, regimes de Partido Único, onde, sejamos claros, corres o sério risco de ser preso, torturado ou, até, “desaparecer”, se te atreveres a não seguir a cartilha oficial do regime e ousares pensar pela tua própria cabeça …

    O legado de Mário Soares nada tem a ver com esta linha de pensamento, em que se situa, nas suas linhas gerais, o de JLC.
    Aquele antigo dirigente estará, provavelmente, a esta hora, a dar voltas no seu túmulo, por temer os eventuais caminhos que o Partido Socialista, que ajudou a fundar, poderá tomar.

    Não é de franjas extremistas que o país necessita para a sua condução, sejam elas da extrema-esquerda ou da extrema-direita, sendo que esta última é um perigo nascente no horizonte, não só entre nós, mas na Europa, como se viu, recentemente, nos Países Baixos e não só, fenómeno a que urge estar atento.

    Acresce que, nos regimes democráticos, como é o nosso, a política daqueles dois Partidos, que mais acima refiro, é a de distribuir, distribuir, para obter os respectivos dividendos de popularidade, à conta dos nossos impostos de contribuintes, esquecendo-se que, sem criação de riqueza, não é possível a sua distribuição e esta é gerada, principalmente, por empresas privadas.

    O Partido Socialista é fundamental para a condução dos destinos do nosso país, sendo que, para tal, deverá manter-se fiel ao seu ADN de Partido de matriz democrática e não radicalizar-se, fazendo coro com a extrema-esquerda.

    Os militantes das concelhias do PS têm, pois, entre mãos, a grande responsabilidade de escolher o candidato certo para a nova liderança, escolha que poderá ser decisiva, para que o seu Partido possa ser reeleito para governar – ou não –, porque a maioria do povo português sabe escolher, surpreende e, acima de tudo, não gosta de passar cartas brancas a quem quer que seja, sem conhecer o que tem para oferecer.

    Ainda uma breve nota para as lamentáveis cambalhotas de Francisco Assis e de Álvaro Beleza, até aqui, acérrimos críticos da Geringonça, que se passaram, agora, com armas e bagagens, para as hostes de PNS.
    São episódios tristes como estes, que contribuem para desacreditar a nobre arte de governar os povos, que é a Política.

    Não quereria terminar sem aqui deixar uma saudação ao 25 de Novembro de 1975, que nos trouxe de volta o brilho e as esperanças da radiosa manhã de 25 de Abril de 1974, que eu próprio vivi, no seu clímax, no Largo do Carmo, onde o que se estava a jogar era algo demasiado importante, pelo que, sem o saber, todos o que ali estávamos corremos o risco, como, depois, se veio a saber, de ser metralhados e massacrados por um helicanhão, que só não veio, por decisão contrária de Marcelo Caetano.
    Que isso seja levado em seu abono …
    Foi esse 25 de Abril que alguns estiveram apostados em tentar destruir, trocando o velho regime caído por outro de sinal contrário, de inspiração cubana e não menos torcionário para os que se atrevessem a ter a liberdade de pensar contrário e por si próprios.
    Este meu depoimento baseia-se nos excessos que eu mesmo testemunhei e prenunciavam claramente o que aí viria.

  2. Permita-se-me, acima, a premonição de que Pedro Nuno Santos poderá – se for esse o caso – ganhar a liderança do Partido Socialista, mas que essa sua vitória não passará, como se costuma dizer, de uma mera vitória de Pirro, na medida em que tenho muito sérias dúvidas de que consiga reproduzi-la, a nível nacional, nas próximas Eleições Legislativas, face à apreciação e escolha de um eleitorado nacional, que amadureceu muito e não é particular apreciador – muito pelo contrário – de voluntarismos personalistas de má memória.

  3. Permita-se-me, ainda, a premonição de que Pedro Nuno Santos poderá – se for esse o caso – ganhar a liderança do Partido Socialista, mas que essa sua vitória não passará, como se costuma dizer, de uma mera vitória de Pirro, na medida em que tenho muito sérias dúvidas de que consiga reproduzi-la, a nível nacional, nas próximas Eleições Legislativas, face à apreciação e escolha de um eleitorado nacional, que amadureceu muito e não é particular apreciador – muito pelo contrário – de voluntarismos personalistas de má memória.

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