Razia no aparelho de segurança sírio

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Um atentado suicida atingiu, ontem (18), a célula de crise do regime sírio, matando ministros e altos responsáveis pela segurança do Estado. O atacante trabalhava como guarda-costas no círculo próximo do Presidente Bashar al-Assad.

Um atentado suicida no interior do quartel-general da Segurança Nacional, no bairro de Rawda, em Damasco, provocou uma razia no aparelho securitário do regime sírio. Entre os mortos constam o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim al-Shaar, o ministro da Defesa, General Daoud Rajha, e o seu vice, Assef Shawkat, cunhado do Presidente Bashar al-Assad. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos classificou a morte de Shawkat como um “duro golpe para o regime sírio uma vez que ele desempenhava o papel principal nas operações do Exército regular visando o esmagamento da revolução”. No ataque, morreram também Hafez Makhlouf, chefe do departamento de investigação dos serviços secretos, e o General Hassan Turkmani, um ex-ministro da Defesa e atual conselheiro do Vice-Presidente sírio. Entre os feridos com gravidade está o chefe do gabinete de Segurança Nacional, General Hisham Ikhtiyar.

Guarda-costas e infiltrado

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O ataque foi perpetrado por um guarda-costas do círculo próximo do Presidente que terá detonado um cinto de explosivos dentro da sala onde estava reunida a chamada Célula de Crise. Este grupo era constituído pelos principais ministros e responsáveis pela segurança do Estado e obedecia a ordens diretas do Presidente Al-Assad. Duas organizações reivindicaram o atentado. O Exército Sírio Livre (o grupo rebelde que tem sido o principal motor dos combates contra o Exército de Assad) congratulou-se com as “boas notícias relativamente à operação espetacular” que matou oficiais “responsáveis por massacres bárbaros”. Na sua página no Facebook, o grupo islamita Liwa al-Islam (Brigada do Islão) também assumiu a autoria do atentado.

Pressão aumenta na ONU

Em 16 meses de contestação anti-regime, este foi o atentado mais mortífero contra as esferas políticas próximas de Bashar al-Assad. E aconteceu horas antes de um importante debate no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre novas sanções à Síria. Mais uma vez, na ONU, espera-se um braço de ferro entre as potências ocidentais e, em defesa do regime sírio, a Rússia e a China.

Margarida Mota (Rede Expresso)
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